TRADUÇÃO

Ei, você, traduz!
Revele para mim o mistério dessa luz,
Esclareça,
Diga qual a verdade que conhece e acredita.

Viver tem sido um descobrir que me encobre,
Enriquecer que me empobrece,
Queria saber e se você sabe,
Diga-me o que eu não sei!

Se não imagina, pergunte-me,
Dou-lhe a resposta,
A minha resposta,
Mas adianto não ter certeza alguma do que digo,
Porém sigo,
Cego, surdo, mudo,
Em relação ao todo do que faço parte e não entendo.

Simples e fácil esse absurdo viver,
Sabendo que nunca poderá compreender,
O fato, de fato, me assusta,
Realidade que a moral humana ofusca.

Pálido viver,
Querer ver cores onde não há,
Decepcionar-se tantas vezes,
Amar com medo que acabe,
Sonhar intimidado pelo acordar.

Pensar, penar e descobrir,
Esperar o céu nublado abrir,
Queria um mergulho profundo na taça dos sonhos reais,
Viver... viver e viver, sem medo, em paz.

Gritar que amo e estar seguro de ser amado,
Ontem, hoje, sempre...
Sem riscos, rabiscos, desvios.

Diga-me o que sabe da vida,
Se nada sabe,
O que desconfiava agora tome como certeza: a amo!
Se amanhã não mais me amar, diga, sem medo,
Se outro alguém ocupar seu coração,
Tentarei aprender a viver sem ti.
Mas se puder fique, apenas o tempo que quiser,
Se for a eternidade, melhor para nós.