Tributo a Augusto dos Anjos IX

E tamanho me é o ódio, esta amargura,

Que parece tentar rasgar-me o seio

A fim de subir às altas alturas

E fazer do crepuscular céu incêndio

Com as mesmas raiva e palavras duras

Com as quais estes versos incendeio

A fim de que as cruéis gerações futuras

Rasguem o próprio palpitante seio

— E até mesmo parece me irritar

Minhas intenções quando ante a estas chamas

Todos e quaisques esforços são inúteis:

Pois nada além de cinzas ao findar

Este poema sou, quando a ira que inflama

Em mim tornar-se motivações fúteis...