CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Um nó no Cerrado!
Um nó no Cerrado
Bruno Resende Ramos
A flor da caatinga...
A árvore seca;
A gota serena
Na pele da relva...
Pólem na pata,
No beiço da vespa...
Tremelicando uruçú,
ouro-mel, doce seiva.
Fruta dançante
No vento e na mesa...
Paladar do céu
E das moças mineiras.
Êta, meu Deus!
É a hora da Sesta aqui.
Durmo à Broa de coalho da Dona Tereza.
O pequi e a guariroba
Mandando bem nunca sobra.
Êta, meu pai!
A moça Querência
No assoalho rolando
A de ser minha presa.
A mulher do cerrado
É uma fruta campestre
Dá raiz, solta os galhos,
E enterra nossa tristeza
Hei de viver sem freios,
Religião sem cabresto,
Sem missal, sem revés,
Só em cantiga com a fé.
Mas no jogo do truco
Jerimum com o baralho
Chama o Demo na carta
E com ele faz pactos...
Êta, meu boi, é meu rei!
Não me pule o cercado!
Se fugir, diz que foi
Pro alto do meu cerrado.
Diz de Rosa, Suassuna,
Lingua Pan - Portuguesa
Que aprender no cerrado
É perder-se das letras
Pra achar significado.
É amor - natureza,
Onomatopéia do mato,
De azul cheio o céu
E de sol coroado.
Suçuarana no mato,
Meu cordel no versado.
Guimarães das veredas
prosa pega no laço.
Para amar a natureza,
Preservar o sagrado,
Voa aqui, voa alto
Aves do meu santuário!
O Cachorro-do-mato,
Bandeira Tá manduado;
O cateto e o guará
Correm com o porco-do-mato.
hei Iei ie iê Caribé, olha o cervo, um tornado!
O cateto e o cachorro vinagre
Correndo com o mão-pelada!
Caititu e capivara.
Lá vai a irara e o tatu!
Taipiti, preá e a arara - azul
Inhambu chitã e jaó
Assustados levantando o pó.
É a ânsia da onça parda!
Correndo atrás do queixada!
O morcego voando nas árvi
Que lá já vem onça pintada.
Olhai tudo o que vejo
Para chamar o que é pecado
Fogo aceso no mato
Cercando o veado campeiro
Esperteza de criar mais gado,
Matando animal por dinheiro.
Não cantei a corda presa, o chiado
Na garganta a teima da dor
Morrendo vai minha certeza
Um nó no Cerrado sem flor.
Se pecou toda a natureza
Foi por servir ao onça - diabo.
A alma negra que queima
A fauna, a flora e a beleza
Para alimentar seu reinado.
Um nó apenas, um nó
Que amarrou meu cantar.
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 480 leituras
Add comment
other contents of brunoteenager
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Aforismo | Fluir | 0 | 1.818 | 11/03/2012 - 03:06 | Português | |
![]() |
Videos/Perfil | 1169 | 0 | 2.615 | 11/24/2010 - 22:11 | Português |
![]() |
Videos/Perfil | 1168 | 0 | 2.606 | 11/24/2010 - 22:11 | Português |
![]() |
Videos/Perfil | 1167 | 0 | 2.843 | 11/24/2010 - 22:11 | Português |
![]() |
Fotos/ - | 2030 | 0 | 2.855 | 11/23/2010 - 23:45 | Português |
Ministério da Poesia/Aforismo | Olhar | 0 | 2.622 | 11/19/2010 - 18:30 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | O véu da névoa | 0 | 2.912 | 11/19/2010 - 18:30 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | Tributo à finitude do ser | 0 | 1.938 | 11/19/2010 - 18:30 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | Berlindavida | 0 | 2.821 | 11/19/2010 - 18:30 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | Néctar dos vinhos | 0 | 2.278 | 11/19/2010 - 18:30 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | Epifania do Afecto | 0 | 2.409 | 11/19/2010 - 18:30 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | O Vinho dos vampiros | 0 | 2.941 | 11/19/2010 - 18:30 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | Sombras escatológicas - Epílogo das almas | 0 | 2.469 | 11/19/2010 - 18:30 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | Deus Deficiente | 0 | 2.135 | 11/19/2010 - 18:30 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | Rua das Almas | 0 | 2.419 | 11/19/2010 - 18:30 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | Rua das Almas | 0 | 2.222 | 11/19/2010 - 18:30 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | Causa Mortis Libris | 0 | 2.314 | 11/19/2010 - 18:30 | Português | |
Ministério da Poesia/Amizade | Cata-vento | 0 | 2.426 | 11/19/2010 - 18:30 | Português | |
Ministério da Poesia/Amor | Debalde Tocas | 0 | 2.321 | 11/19/2010 - 18:30 | Português | |
Ministério da Poesia/Amor | À minha janela | 0 | 2.725 | 11/19/2010 - 18:30 | Português | |
Ministério da Poesia/Amor | Amor em flash | 0 | 2.718 | 11/19/2010 - 18:30 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Poema do oprimido | 0 | 2.851 | 11/19/2010 - 18:30 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | O grito | 0 | 2.614 | 11/19/2010 - 18:28 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | Metapoesia | 0 | 2.787 | 11/19/2010 - 18:28 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Dicotomia platônica | 0 | 2.826 | 11/19/2010 - 18:28 | Português |
Comentários
Re: Perdoai-nos, Cerrado!
arretado!