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UTOPIA COMO FACA NA PELE DO DIA


Sem estrelas para foliar,
incendeio pedras com lampos
que arremesso às têmporas do tempo.

Meço sem pressas o rim da sombra
que me constela aresta de frincha montesa.

Sem amor para acontecer,
dissolvo as palavras em passos
plantados num sapato de tamanho infindo.

Sinto-me sargaço em passeio
pelas ruas que dentro de mim estão desertas.

Ausência que parte os braços aos meus olhos.

Angústia como bengala de lágrimas claudicantes.

Sem céu para ser livre,
deito-me ao grito que em sopro
me estala tempestades de cieiro nos sorrisos.

Rasgo ensurdecido
pela âncora insone que no meu ar se instala
em laureio que me afunda no enxofre da insónia.

Dança que desenterra a saudade
das areias de uma ampulheta esfalfada.

Arco-íris inverso,
silêncio de língua solta
pelo pântano onde jaz a expectativa.

Sem palavras para me dizer,
desfaço-me em chuva para incensar a terra.

Papel onde me aninho desmembrado,
gotejado em ais de hálito escuro.

Existo como cinzeiro num quarto
fechado pelas cinzas de já tudo pediu e nada teve.

Bálsamo de quem está morto
e ainda não sabe que palidez o cala.

Fala louca em utopia como faca na pele do dia.
 

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domingo, julho 10, 2011 - 19:32

Poesia :

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Henrique

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