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XAILE DE VENTO
Enlaço
a cor do dia
ao brilho da noite nua
num laço de lua com poesia
alojada nas pedras da rua da dor
em que não acredito nem fito infâmias.
Conheço
cada sopro atrevido
do suspiro que vejo ávido
de desejo ateando o retiro do olhar
à cadeia de um fogo de ensejo impune
que me incendeia galáxias doidas de paixão.
Quanto breve
me resta mudo
é uma leve palavra
consumada por aventura
que cai folha seca no Outono feroz
que lavra o eco bruto dos meus ombros.
Rendilho-me
aos tombos com lágrimas
que nadam mel nos escombros
da voz das sombras idolatradas
na espiral do meu olhar-me ninharia.
Tempo
é desespero
trovador de rugas
sem tempero que são o farol
do meu grito desamarrado em mar alto
de sonhos vãos na ilha de pesadelo inculto.
Saudade
é calma degradada
de uma broca que me fura a alma
vaiada de luz dura que traduz qual fim
a melancolia me roga incerto em silêncio.
Avisto
o azul do céu
no véu do pensamento pirata
que rapta o sentimento para os confins
do meu redor que poema cio em mim flor
de vazio que me enche até que rebente espinho.
Desperto
baile num xaile de vento
que me incandesce bonança
depois da tempestade de escolhas
que me esculpe deserto num mal de areia
que vem por bem água para a sede das mãos…
…de poeta.
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Comentários
Re: XAILE DE VENTO
Lindo poema, destaco:
"Avisto
o azul do céu
no véu do pensamento pirata
que rapta o sentimento para os confins
do meu redor que poema cio em mim flor
de vazio que me enche até que rebente espinho"
Belo lirismo de uma situação profusa de sentimetos.
Parabens, muito bem construído.
Re: XAILE DE VENTO
LINDO, BELEZA, GOSTEI MUITO!
Meus parabéns,
Marne
Re: XAILE DE VENTO
Gostei deste belo poema.
Muito bem construído.
Um abraço,
REF