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Às vezes sou bruxinha…
Às vezes sou bruxinha…
Hoje aconteceu-me uma coisa estranha. Talvez não seja o adjectivo mais indicado, mas estou à espera de um conversor adjectival, já que não param de chegar ao meu e-mail, links para o conversor ortográfico…
Consulta de rotina (glicose baixa, parece que não é assim uma notícia tão agradável – como eu pensava – comer mais vezes, ok, assim farei…), aproveitando o tempo de espera para arrumar a carteira e fazer alguns registos…Nada de especial, portanto.
Ida a uma esplanada, reforçando o pequeno-almoço, escrita de um poema, à volta de temática social, no meu bloquinho de campanha eleitoral...
Regresso a casa. Ainda não há apetite para o almoço. Arrumo revistas para a reciclagem, não sem antes lhes passar os olhos de despedida. Retiro um ou outro artigo para guardar e os que lerei não sei quando.
Como parece que sou “bruxa”, algumas vezes, há um artigo cujo título me leva a ler de imediato “As bactérias do Bem e do Mal” de Paulo Moura (Revista Pública de 12 de Dezembro de 2010).
O cerne do seu escrito, que admiro, tem a ver com uma “empresa” que não paga aos seus trabalhadores e, no entanto, aparecem às centenas e trabalham exemplarmente.
Trata-se do Banco Alimentar Contra a Fome, em Lisboa. O responsável dos voluntários, os tais trabalhadores sem salário, assume que os pobres já nascem com a bactéria da pobreza, ainda que, como argumenta Paulo Moura, muitos melhorem a sua vida…
Estranho o que me aconteceu: escrever um poema, pelas 12:45 (É esta a minha terra), cujo tema aborda questões sociais – agora já cá temos uma loja social) e, pouco depois ler um artigo relacionado, num momento de “limpeza”, que nem sequer é habitual, numa sexta-feira, em hora de almoço da maior parte das pessoas…
Por isso é que sinto que estou cada vez mais atenta aos sinais…
Só o início do poema:
Sentada, atenta a sinais
de alerta, sociais...
Questiono: preocupação a mais?
Nunca terei resposta
(....)
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