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Bartolomeu o “ANJO”

- Aquele reino ficava vazio, era como um alojamento virtual, escondido no céu, por uma almofada de nevoeiro. Enquanto o escritor vagueava pelas novidades que o Mundo guardava em segredo com o mar... Onde os degraus se produzem: Crespado; com ventos rodopiantes, pelos pés dos Deuses; quando o suor vêm lavar.
Um dia ouvira-os chegar: Produziam uma brisa suave, no bafo de suas asas: Planavam... Plenos de luz, branco-dívina, até ao amarelo crisralizado; de uma chama que se abre e apaga, mostrando aos olhos que nada esta naquele lugar: Apenas a Lua; apaixonada esperando boleia para observar a estrela amada; ou, o abraço do Universo para a imênsidão que, pode chegar bem perto do peito que se proteje, coberto, na pequenez da noção: Erguendo as Obras do tamanho de um palácio do reino; pensado perdido; que ali permanece como se estivesse vazio: Apenas, tarimbas simulam a passagem formada por trepadeiras: Jorrando folhagem sobre folhagem; envergando ramos fortes; como braços entrancilhados por uma magia qualquer que: Atraiu o escritor sobre a imaginação do trabalho, como tarefa da Era ordinária, que se lhe ofereceu com a promessa de esperar o quanto fosse preciso, para tocar, casado ou descalso, os degraus da escadaria; que faliria se algo que não fosse dívino experimentasse pisar: Apenas o prazer de observar os jardins sem caminhos, aonde os pés não sabem calcar, nem as flores se magoam com o espanto da vida; que floresce todas as manhãs com gosto de alvorada atarefada; Onde parece nascer o ribombar de um exército a cavalgar; que se atira em frente, para o vento, num salto,felino: Esrica o corpo para a frente e as asas, como borbotos instantaneos: Florescem: Explodindo e abrindo já com o primeiro saculão incluido; como um torpedo supersónico...
As asas, começam a nascer no céu; parecendo que, toda a cegueira vai acabar e, no azulão bravio, mesmo debaixo do sol do meio-dia: Não paravam de chegar trabalhadores há vinha; com a promessa da mesma recompensa; ao meio da tarde e mesmo já na morte do dia; “pouco faltando”; os trabalhadores não paravam de chegar, enquanto: À noite, à tardinha; o pastor: As suas ovelhas recolhia, dando a cada uma delas o mesmo trato que um bom Homem dá à palavra que cumpre sem reclamar.
- “Peço desculpa se me enganei; que tal, se quizéra passar: É porque reclamei; e não me vou calar: Acredito que estou cansado; mas apenas um cansaço que exercita as mentes; que, agora mesmo: me estão a usar; certas delas: Gulosas; devoradoras das palavras que em branco não saibam marchar; apenas uma batalha contada por inigmas de muitas batalhas por batalhar”.
Bartolomeu tivera sido castigado: Não lhe foi tirada a luz , apenas das asas aliviado; de certa maneira, Bartolomeu preferia assim... Já não riscava o céu com os brilhos do mar... Mas, também, precisava de relaxar e dedicar-se um poco mais hás tarefas dívinas; que, aquele lugar, ao permitir-lhe a sua chegada, foi-lhe nomeada a luz: Como todas as luzes daquele lugar e, quando se ganham as asas: Há muito que se sabe voar; mas, não é permitido: À luz sem as asas: Usar das habilidades, que outras precisam para trabalhar o fogo, que, de forma alguma se pode apagar. Então, agora, Bartolomeu, é como um estudante, só que não faz mais que varrer as nuvens com a batina azul e atender as estrelas sufocadas: De sonhos vencidos; que o Universo acolhe e o Anjo remove: Autenticando a ordem da estrela; que acorda o sonho e faz dele algo real com, apenas, um estalar de dedos e uma viração do olhar escorrendo para o canto mais sossegado e um sorriso sabido: Que, uma nova estrela acabaria por chegar... Bartolomeu era muito poderoso perante um ser normal “ que sente” mas o seu posto, ainda era baixinho: Como um falhado que não se atreve a largar a corrente do rio e se mantem fiel à luz que o acompanha...
-“Por influência prometida; como um desejo conscebido: A palavra do Homem, ergueu o sonho e preparou-se para o conquistar: A sua conquista, era como uma paixão; um sonho que vinha desde sempre cozinhando o seu coração, com a sabedoria do ovo, da galinha respeitada pelo galo... O Homem é tudo, desde a plantação da imagem; porém, esquece ‘na maior das preocupações’ de se preocupar com a sua Alma; aprisionando-la nos mais reconditos escuros; ignorando o que nada faz para mudar, além de tudo o que simplesmente lhe toca por dentro da casca do seu ovo; como se, fóra do habitat não exista outra função para disfrutar que não seja a subrevivência, que o dia lhe carrega e à noite leva para casa”...
-“Até as árvores sabem que é lá para cima de todas as coisas, que está a força; que buscam a conquista do céu: Apontando a sua vida: Livre; para renascer no vento; enquanto sosséga, sentada fora do tempo; que, suavemente, desliza sobre seus pés e lhes abraça os tornozelos: Rio de vida que caminha e se impanturra de mar”. O Homem viu de longe o intencionismo do intensionista; que se aproximou pelas vias da intênção e percebeu que o intento do intencionista era hipócrita, necógrafo: Com descendencia: Farizeu; que encontra a faca e logo não ficou satisfeito: com ela procura o queijo...
Há aquelas fazes em que o Homem se exede; atrevendo-se mesmo a beijar a morte; aquelas alturas em que o céu desaba e a morte anda ocupada quando por-de-trás dos seus olhos é beijada... O Homem aproveitou os intentos e transformou-os em Obras de arte, que, a intenção desceu ao sangue e guiou sua mão; depois cansou-se e começou a alimentar-se do céu: Era a sua comida e bebida. Em troca, o Homem, só precisava de sonhar; mas, os sonhos começaram a apoderar-se dele e, então, os braços não pararam de guiar as mãos que, arduamente, trabalhavam para amar sem serem amadas: As mãos, juntaram o barro e com o seu próprio esforço o amassaram; com doses suadas de vida; do seu próprio valor. Depois, as mãos rebeliaram-se: Atacaram a imagem e roubaram-lhe o sonho: Voltaram à terra e o tempo tinha-se acabado: o pó voltou ao pó. A Obra, foi observada pelo céu; quando a terra precisa do amor e deixou que se exibisse sem braços: A ‘Deusa do amor’: Que, o verdadeiro amor; Dentro do nosso coração: Não precisa de braços e, encontra-se por ai; alhures: Na criança ou no borrachão; ou,raramente: No simbolismo da perdição; mas, nunca: Nunca nas mãos: As mãos roubam o sonho do Homem e expõem-lo aos olhares... Transformam a magia para a matéria e o Homem começa a depender das mãos: “ Se tem mãos, tem sonhos; se não tem sonhos tem mãos que sempre pode usar e usa-las até para amar e ama; mas, não é desse amor de que, eu, tenho estado aqui a falar.

***

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terça-feira, maio 25, 2010 - 19:50

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antonioduarte

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