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A cidade dos que se enojam com a paz.
Hoje apanhei uma grande desilusão. Senti que a minha cidade me escapava entre os dedos. Explico melhor. Deitei-me ontem como conceito, e hoje acordei como ideia. Créditos firmados ao que pretendo com isto, que é dar uma alavanca ao mundo para se mexer. E com isso, dar uma perspectiva menos etérea à minha cidade de vapor. Habituei-me a viver aqui, junto ao coreto da lamentações, e a espreitar os cães que jogam xadrez com peças feitas de ossos de cadáveres medievais. Esta terra não existe, mesmo que assim o pense. Sou só uma peça fina, como o cabelo de Deus que ajudou a formar a nossa galáxia, e assim me sinto. Uma via, com um pouco de láctea, e muito de sonho por concretizar. Por isso adoro esta cidade. Chamo-lhe a sacralização das pessoas que querem morrer em conflito consigo próprias, e o fazem pois sentem nojo da paz.
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