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Dependente emocional

E quando dei por mim não era amor. Era qualquer coisa menos amor. Eu sofria como se a vida fosse um fardo pesado a ser carregado a cada dilúculo. Eu ridículo, submetia-me a várias atrocidades e você sem a capacidade de amar fazia-me refém. Com deboches e desdém dizia me amar, com o sorriso falaz, de quem não amava nem a si mesmo. Mas, eu já estava completamente envolvido com o personagem que tu criaste permutado com o personagem que eu idealizei que fostes.

Esperava a hora sagrada em que recebia suas ligações. E pelos dias sacrossantos em que estaria ao seu lado. Acostumei com a forma carinhosa que me apelidastes. Até mesmo com a indelicadeza rotineira. Eu não aceitava ficar sem nada isso. Ainda que custasse a real felicidade.

Isso se chama amor?

Lembrava-me de um primo dependente químico. Ele estava tão pendente da droga, aos momentos instantâneos de prazer e a todos os outros posteriores que ele já não se via mais sem ela. Ainda que ela o definhasse aos poucos, como uma máquina de tortura que arranca os pedaços de suas unhas, os dedos, a mente, a alma. A droga o destruía, mas o momento de prazer... Sim aqueles minutos alados, que o faziam delirar eram mais forte. Assim, sou eu e você. Faz-me delirar em minutos, faz-me cair em abismo no minuto seguinte, e me destrói nos minutos próximos.

Que dependência é essa?

Não sou refém do amor, nem da paixão. Sou refém emocionalmente, dos hábitos costumeiros. Sou dependente de sua presença, ainda que tu sejas uma droga forte a exterminar-me.

Eu amei a idéia de não te perder, de ter você sobre minha custodia, de você não ser de outro. Amei a idéia descabida de ter sua presença mesmo sem ter você.

Dependente emocional. Não quero mais tragaste, nem cheiraste, nem bebeste.

Vivo um processo de desintoxicação.

Vivo melhor sem você.

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quarta-feira, julho 6, 2011 - 05:58

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jmanz

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