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DIABLO - Capitulo 2 ( Parte 1/3)

Porto Seguro - Bairro Suburbano de Los Caídos- 1995


Cumprindo o disposto pelas Divindades Negras, o principe caìdo em desgraça em Imoraland, recuperava agora os sentidos, deitado no solo cimentado de um bairro suburbano, em pleno México.
Fora condenado pelas Divindades Negras e expulso do seu Mundo e agora achava-se debaixo de uma tempestade fenomenal, sem reacção, sentindo a furiosidade do vento e da chuva no seu corpo inumano.
Razz o principe de Imoraland, restabelecendo as suas forças, procedia a um esforço Herculeano para se erguer e habituar o seu corpo a uma nova realidade.
Nunca havia experimentado o teletransporte e acabava de descobrir que não é tão cómodo quanto pensara ser possivel.
Podia não ser um ser Humano na acepção da palavra, apesar da forma fisica ser aparentemente igual, mas podia igualmente sentir dor, ou desconforto como qualquer ser vivo.
Razz respirou fundo e tentou discernir um local onde se pudesse abrigar da copiosa chuva que o assolava.
No fim de contas, pensou, é bem melhor estar condenado a um Planeta bárbaro que ter sido mantido em cativeiro ou abatido.
Ouvira a condenação da boca das Divindades negras, mas ainda achava que procedera de maneira correcta. Claro que poderia ter dado ouvidos à sua mãe, ou ter presente o exemplo de seu pai o Grande Rei Negro, que quando perdeu a vontade de combater, foi considerado louco pelos seus pares.
Agora Razz encontrava-se numa realidade desconhecida, e apesar do desconforto de toda a situação ele tinha um plano.
Dificilmente poderia voltar ao seu reino e recuperar o seu trono, mas poderia perfeitamente construir um novo Reino aqui neste Planeta. Longe dos seres alados e longe de Imoraland. Desta vez seria inflexivel e não perderia a oportunidade de espalhar o terror.
Um riso de satisfação surgiu-lhe nos lábios azulados e respirando fundo, Razz optou por ignorar a tempestade e de mãos noos bolsos caminhou apressadamente em direcção á artéria da cidade.
Anseava sobretudo descobrir rapidamente o que este Planeta tinha reservado para si e a mão-de-obra maléfica que aqui existia.
Como um turista maravilhado, Razz ia absorvendo ávidamente o que os seus olhos registavam e cativado por umas luzes azul bebé, que anunciaavam a palavra BAR, ele avançou obstinadamente.
O dito BAR, não era mais que um local pequenissimo, envolvido em névoas espessas de fumo de cigarro e que tresandava a uma mistura pouco agradável de Tequilla e tabaco.
Quando o atlético Ser abriu a porta, fez soar os pequenos sinos colocados estratégicamente no cimo da porta de fraca madeira, levando a que todos os presentes no pequeno estabelecimento, encarassem o visitante.
Razz não sabia como proceder e não esperava ser alvo de tanta curiosidade, pelo que como modo intuitivo de defesa, avançou mudo até ao balcão e apontando para um copo cheio de Tequilla que permanecia no balcão, ordenou por sinais uma dose igual.
O taberneiro, um Mexicano com uma proeminente barriga e um bigode farfalhudo, que desafiava todas as leis de bom gosto de estética,compreendeu o sinal e serviu-o generosamente:
-Buenas Noches señor!
Razz murmurou algo inaudivel e pacientemente o Taberneiro aguardou a visão do surgimento de uma nota de Dólar no balcão.
Porto Seguro vivia muito do turismo, mas a verdade é que Razz teve o azar de "cair" a parte mais pobre da localidade, onde não era habitual haver muitos turistas, especialmente em épocas de chuvas tropicais.
Razz deu dois tragos e permaneceu imóvel, fitando curiosamente os presentes, não disfarçando um pequeno esgar de boca, como se tivesse mordido um limão. e maravilhado, contemplou as habiliaddes do jovem Pablo com um Zippo prateado. Gostou de ver a chama surgir e apagar-se:
-Eh, o Gringo não deve estar habituado a beber! - Comentou um sujeito franzino sentado ao balcão.
-Que nada Pablo. Vê-se que é um Hombre de fiesta!
-Qué Hablas, muchacho? Es uno Gringo tonto...
Inadvertidamente o jovem Pablo provocou uma sucessão de risos de troça nos presentes e apercebendo-se do desconforto no rosto do visitante, Pablo como que a desculpar-se aproximou-se do sujeito que permanecia rigidamente sentado, sacudindo pacientemente o blusão de couro negro.
-Escuta-me, nós estavamos a brincar. Espero que gostes da bebida. Essa é a especialidade do Bar de Toño!
Como um Iman, Pablo arrastava os presentes para as proximidades do visitante, entre risos e àvidos de cohecerem um pouco mais da vida do visitante,
Razz, que não compreendia absolutamente nada, sentindo o peso da troça e vendo os presentes a aproximarem-se perdeu a vontade de os olhar e concentrou-se na bebida, esperando que a atenção deles se desvanecesse.
Puro engano, num gesto amigável Pablo tocou no ombro do sujeito, com a palma da mão direita e então,s em que alguem se apercebesse verdadeiramente do que sucedera , Razz virou-se rapidamente agarrando o pulso de Pablo e com uma enorme facilidade, arrancou o braço do corpo do sujeito.
Sem qualquer ponta de reacção perante os gritos de dor do jovem Mexicano, Razz agarrou o copo, atirando-o à testa do sujeito que encetara um diálogo com Pablo sobre o vitante e minutos depois, Razz avançava obstinadamente sobre os restantes presentes, sem que qualquer um deles tivesse chance de se defender ou fugir.
Como uma verdadeira máquina assasina, o visitante ia partindo ossos, arrancando membros, com uma calma ímpar.
Vendo que os berros das vitimas não cessavam, Razz optou por ir directo á garganta dos restantes e minutos depois, banhado em sangue contemplou o taberneiro:
-Por Dios, que diabo és tu?
Razz sorriu ligeiramente e aproximou-se demoradamente do balcão. Rapidamente o Taberneiro como que recuperando o sangue frio,avançou até perto da máquina registadora, onde sacou um revólver e quando se virou, sentiu a mão gélida de Razz sobre o seu pescoço. Segundos depois, o corpo do taberneiro caía inerte no chão sujo do estabelecimento.
Com uma gargalhada insana, Razz sentou-se no balcão, contemplando demoradamente o caos de cadáveres e outros ainda vivos que jaziam pelo estabelecimento e concentrando-se, proferiu uma lenga-lenga numa lingua estranha, levantando os braços. Repetiu a mesma operação por mais três vezes, até que inexplicávelmente uma névoa cinzenta surgiu dos corpos sem vida, entrando nele:
-Ah, 7 almas para meu sustento. Perfeito!
Rápidamente os corpos,libertos da aura principiavam a desfazere-se, como se fossem feitos de areia.
Rindo, saltou para o chão e friamente, perante o olhar atónito dos que ainda permaneciam vivos,abriu varias garrafas de bebidas alcoolicas, espalhando-as sobre o chão do Bar e pegando no Zippo de Pablo que jazia sobre o balcão, imitou a proeza que vira o Mexicano fazer. A chama irrompeu, mas a tampa prateada, recuou e com algum cuidado deixou cair o isqueiro no chão, assistindo ás primeiras chamas que tomariam de assalto o Bar.
Encolhendo os ombros, saiu para a chuva.

----Fim Parte 1

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sábado, janeiro 15, 2011 - 02:52

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