Felicidade falsa ou sofrimento verdadeiro?

Em cada vida, existem várias; em cada momento, existem milhares de outros tantos; em cada amor, existe outro por detrás.

Tudo no universo é uma multiplicação constante; um desdobramento de sentimentos e emoções que nos transportam para lá do palpável: num espaço onde tudo é mais do que realmente aparenta.

Fico. Não quero seguir para esse lugar onde a verdade é reinventada em função da mera aspiração a uma felicidade falsa - a uma mentira primitiva e ingénua que os sonhadores tendem a idealizar. Não quero elevar-me nas teias dessa ilusão efémera onde os olhos estão constantemente fechados, e o perigo de cair do precipício é uma incerteza quase certa. Fico. Prefiro a segurança materna da terra, onde sei: por onde ir, como agir e o que esperar. Quero ser eu do princípio até ao fim: sem mudanças, sem subterfúgios, sem falsas esperanças num futuro avassalador que nunca irá ocorrer, simplesmente ser. Nada mais.

Porém os momentos sucedem-se apressados, tropeçando na bonomia do Eu, e revolto-me por ficar: revolto-me por confiar na vida. Penso se não é preferível uma felicidade falsa a um sofrimento verdadeiro. E a resposta nem sequer está para além do óbvio, é o óbvio: mais rapidamente poderei encontrar a felicidade verdadeira na falsa, do que na inércia da semi existência. Vou. Arrisco e atiro-me para o desconhecido; num salto sem rede que me devolve a liberdade e o sabor dos dias perdidos. Não esperem por mim, não vou esperar por ninguém.Não tenho tempo. Fui.

Hoje vivo: sofro, choro, amo e rio; sou eu e sou dos outros, e isso faz de mim uma pessoa mais forte; um ser humano mais humano e mais perto da felicidade ( da verdadeira).

A vida é muito mais do que apenas ser. Fomos feitos para voar; porque não experimentar sair da Terra?