CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Jutâmi e a Cornucópia

JUTÂMI E A CORNUCÓPIA
Jorge Linhaça
30/08/2007

Caminhavam Jutâmi e o Mestre em direção a uma pequena aldeia
incrustada ao pé de uma bela montanha em busca de abrigo.
Ao chegarem à entrada da Aldeia foram saudados por um homem finamente trajado, que os convidou para pousaram em sua casa.
O mestre e Jutâmi aceitaram o convite e foram conduzidos a uma bela casa,
cercada de um vasto jardim enfeitado por um chafariz de água dourada. Adentraram a casa de seu anfitrião, sentaram-se a uma mesa de mármore
e o homem lhes perguntou o que gostariam de comer.
Jutâmi e o mestre deixaram a seu critério escolher o que seria servido.
O homem caminhou até um pequeno altar e descobriu uma cornucópia
finamente trabalhada com fios de ouro e pedras preciosas, em seguida ordenou, cornucópia, sirva-nos um banquete digno de um rei.
A mesa onde estavam Jutâmi e o mestre , imediatamente se encheu de finas iguarias , carnes , frutas, legumes e sucos diversos.
Jutâmi ficou assombrado com o prodigioso evento e apenas observou o mestre e a sua reação. O homem sentou-se com eles à mesa.
Enquanto comiam o Mestre perguntou ao homem que uso ele fazia do mágico objeto.O homem respondeu, desde que encontrei esta prodigiosa cornucópia, não há ninguém mais rico do que eu nesta aldeia e outras aldeias vizinhas, nada preciso fazer, apenas pedir e a cornucópia atende aos meus pedidos.
E o que fazes com tamanho prodígio em relação aos teus vizinhos?
O homem respondeu: Aos que fazem a minha vontade nada deixo faltar, jamais tive tantos amigos quantos os que tenho agora, desde que a cornucópia esta comigo distribuí presentes e alimento aos que me agradam.
E aos que não te agradam?- perguntou o Mestre-
A esses tentei eu agradar com meus presentes, mas como não concordam com minhas idéias e dizem que uso as pessoas para atingir meus objetivos,
fiz com que fossem expulsos da aldeia e proibi a citação de seus nomes na minha presença. Aos que teimaram em citar tais desafetos, eu e meus amigos fechamos as portas de nossa aldeia e mandamos emissários ás aldeias próximas para que também lá não os recebessem.
E o que fazes desde então? - perguntou Jutâmi-
Desde então apenas expando meu território, sou senhor de várias aldeias,
propicio aos que me sigam aquilo que lhes pareça bom, alimento as suas vaidades e os uno à minha volta em festejos e lhes cedo espaço na minha aldeia para que possam ser conhecidos por muitos.
O Mestre e Jutâmi despediram-se do homem e seguiram o seu caminho.
após saírem da aldeia Jutâmi disse ao Mestre:
Mestre, que maravilhoso prodígio acabamos de presenciar, uma cornucópia que atende a todos os pedidos que lhe sejam feitos.
O Mestre então respondeu: Sim Jutâmi, a cornucópia é capaz de atender a quase todos os desejos de seu mestre.
Quase todos, Mestre?- estranhou Jutâmi.
Sim Jutâmi, a cornucópia só não pode dar ao seu mestre o que tem real valor.Fornece apenas bens materiais aos seu possuidor, alimenta ao corpo, mas enfraquece a alma na mesma proporção.
Como assim mestre? Não tem ele muitos amigos?
Jutâmi, respondeu o mestre, ele tem muitos seguidores, pois lhes propícia o que desejam, mas aos amigos verdadeiros parece ter ele os afastado de sua vida e arremessado para fora da vida de muitos.
Como assim mestre?
Nem sempre Jutâmi, os amigos concordam com aquilo que fazemos, às vezes discordam completamente de nós, não se deixam iludir por presentes ou benefícios, e assim sendo, tornam-se o contraponto de nossas vidas, nos alertando dos perigos de nossas ações.
Infelizmente, Jutâmi, o homem, quando desfruta de algum poder, ou pensa desfrutar dele, deixa-se cegar pela lisonja dos que o cercam, pois ele mesmo passa a usar a lisonja como arama para se fazer querido., assim sendo afasta de si a luz e por mais que pense estar fazendo o bem, busca apenas manter o seu poder sobre as pessoas que o cercam. Dessa forma, Jutâmi a lisonja e a falsidade alimentam a si mesmas, numa rua de mão dupla.
O aparente bem se transforma em mal, pois apenas atende ao desejo de ser reconhecido daquele que o pratica.
Jutâmi silenciou e passou a refletir sobre as palavras do Mestre..

 

Submited by

sábado, maio 21, 2011 - 11:23

Prosas :

No votes yet

Jorge Linhaca

imagem de Jorge Linhaca
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 9 anos 32 semanas
Membro desde: 05/15/2011
Conteúdos:
Pontos: 1891

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of Jorge Linhaca

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Culinária/Sobremesas Cueca Virada 0 7.687 06/04/2011 - 13:56 Português
Culinária/Entradas Abacate com Amendoim 0 3.886 06/04/2011 - 13:53 Português
Culinária/Peixes Punheta com os amigos 0 6.588 06/04/2011 - 13:52 Português
Culinária/Peixes Iscas de peixe para os amigos 0 2.545 06/04/2011 - 13:49 Português
Culinária/Aves Aji de Galinha para os amigos 0 2.805 06/04/2011 - 13:45 Português
Prosas/Contos O Último Tamanduá-Bandeira 0 1.479 06/04/2011 - 13:40 Português
Prosas/Drama Os Mitos Nossos de Cada Dia 0 1.293 06/04/2011 - 13:38 Português
Prosas/Pensamentos Jerusalem 0 1.033 06/01/2011 - 23:03 Português
Prosas/Contos A síndrome da chuva 3 1.990 05/31/2011 - 22:00 Português
Poesia/Soneto Anjos sem Sonhos 0 1.407 05/31/2011 - 15:58 Português
Poesia/Geral Professor Brasileiro 1 1.024 05/30/2011 - 20:10 Português
Poesia/Intervenção Rephorma Ortográphica 0 1.102 05/30/2011 - 16:19 Português
Poesia/Fantasia Sã Poesia 0 1.562 05/30/2011 - 16:13 Português
Poesia/Alegria Quebradeira 0 1.175 05/30/2011 - 13:03 Português
Poesia/Intervenção Poesia às Avessas 0 1.502 05/30/2011 - 12:37 Português
Poesia/Intervenção Nossas Línguas 0 1.457 05/30/2011 - 12:35 Português
Poesia/Fantasia Poesia diagonal 0 1.578 05/30/2011 - 12:31 Português
Poesia/Comédia Lá vai o trem 0 2.058 05/30/2011 - 12:25 Português
Poesia/Intervenção INCLINAÇÂO 0 1.429 05/30/2011 - 12:18 Português
Poesia/Soneto Preto no Branco 0 1.253 05/30/2011 - 12:12 Português
Poesia/Fantasia Surreal 0 3.231 05/30/2011 - 12:09 Português
Poesia/Soneto Sombras do passado 0 1.011 05/30/2011 - 12:07 Português
Prosas/Outros Sobre a Origem das Piadas de Gaúchos 0 1.935 05/30/2011 - 12:06 Português
Poesia/Intervenção Rosa do Deserto 0 1.280 05/30/2011 - 12:04 Português
Poesia/Intervenção Retrato do povo da rua 0 980 05/30/2011 - 12:02 Português