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O prazer da morte

Os dedos moveram-se lentamente, quase com a delicadeza de quem toca um piano.  Tão silencioso e tão mórbido, que o gesto quase passou despercebido, diante de aquele olhar fixo, hipnotizante.
Como quem diz: esta noite meu desejo toca o vento, mas logo será o seu corpo. Estava muito claro neste momento, que o desejo era carnal e mais, o olhar fixo denunciava. Não era por amor, era sim, pelo simples prazer da morte!
Até certo ponto poderia afirmar, que tal perigo aguçou minha curiosidade, o risco de não saber o que viria logo após o beijo, fez com que meus sentidos se estivessem dopados, era adrenalina que tomava conta aos poucos da minha mente.
Então, foi apenas uma questão de segundos para que seus lábios, tão apetitosos e convidativos, pronunciassem tais palavras. Impossível seria esquecê-las, estou pronta, você vem? Passaram neste momento, todas as possibilidades que a mente de um homem em tal situação poderia imaginar, mas o desejo por aqueles lábios, tão carnudos faziam perder a linha de qualquer pensamento logico.
Era simplesmente impossível recusar, o homem diante do desejo da carne se torna fraco, mas eu pensava, vem? Para aonde? Para que? A resposta vinha logo em seguida, formulada pelas ideias de desejos absurdas, para o prazer, depois a morte.
Lembro-me exatamente de cada passo que dava em sua direção, os pés deslizavam lentamente pelo assoalho gasto da cozinha, meus olhos observavam cada detalhe que pudesse ser usado para seu deleite, tudo parecia cuidadosamente desarrumado.
A sua respiração conforme me aproximava, ficava mais e mais ofegante, até o momento que fiquei a dois ou três dedos de sua boca, o pecado estava a minha frente, as palavras eram totalmente desnecessárias, o desejo era muito maior que o medo, sucumbi, fraco e sem resistência alguma.
Como um alfa em pleno frenesi, a dominei, tomei-a em meu braços com súbita força e a beijei. Estava feito, não havia mais volta, meu desejo e meu destino jogados na mão de uma estranha. Foi neste momento que senti o gosto, doce, tomando aos poucos minhas veias, correndo pelo corpo, tomando meu coração, era o seu veneno, disfarçado de desejo.
Agora estava dopado, domado, provara de uma fonte de prazer sem fim, ela com toda sua malicia havia feito uma vitima a mais, estava eu, morto pelo amor, escravo de seus caprichos, escravo do seu sexo. Em meu sangue, estava correndo o veneno mais perigoso de todos, o amor, letal a ponto de matar mil vezes e fazer renascer uma vez mais.
Ela mostrava um sorriso de canto, malicioso, de satisfação, como quem dizia, agora não existe mais volta, ira se render aos meus caprichos quantas vezes forem necessárias e se colocará de joelhos para meu prazer. Seus olhos me diziam tais palavras, seu corpo demonstrava tal sentimento, e eu rendido, me entreguei como uma presa abatida, por este sentimento.

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segunda-feira, setembro 17, 2012 - 21:44

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Pablo Gabriel

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