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REFLEXOS INTRUSOS
Nadas inesperados moem os olhos reclamados de incerteza
que à alma separa o trigo do joio.
Frutos desenxabidos interagem vazios constantes
de sombras donzelas mal amadas.
Atrasos adiantados desobedecem ao imaginário
em ritmos vagos arrastando peões vastos de nada.
Cambaleia a saudade no baú do pensamento
em discreta pontualidade cortejada por acaso.
Lembranças grafitam o jazigo da noite em canoas de lua cheia
que traz à tona sentimentos de amar em frases de terra
que honra a lama sob os pés.
Reflexos apeados ao antes atravancado em viagens profundas
às bagagens do ser.
Reflexos abertos à distância que se fazem ouvir ânsia
estraçalhada numa face chorada.
Reflexos intrusos transcendem os olhos em vasos vazios
onde a mente cresce em cores esmorecidas que nos refundem.
Reflexos benignos escapam antígonos na ponta de um lápis
carbonizado pela palma de uma mão
que não aceita a sua própria alma.
Reflexos revoltos de cegueira resvalam à beira de porquês
fustigados por intrigas viciantes.
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