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Reino Perdido
Um céu escuro, noite branca, asas de borboletas mortas. O príncipe em tenra idade morre, corpo de corvo, olhos de tigre. Deitado sobre mil folhas de carvalho, adormecido eternamente. De alma queimada o estandarte da dor é levantado, dentro do castelo de paredes que choram sangue. Batem, batem, batem com força as lanças dos soldados perdidos, de um reino perdido. Um rei louco pela peste negra, lança farpas de ardente fogo, barbaridades contra Deuses moribundos, inadaptados nas correntes do Novo Mundo. A rainha levanta a saia de um templo falido de sacerdotes porcos, a essência de um mal nunca desaparecido, liberdade amordaçada por uma fé absolutamente imunda. Escravos de gelo queimam os olhos da verdade, deturpadores da inocência, zeladores de uma dor infinita, bastardos de um passado semeado em medo e colhido em desespero. Hordas de uma pestilência milenar, antes destruída, agora acordada marcham ecoando pelos céus trovantes, “raiva do inferno”, “raiva do inferno”, um exército de malditos, corpos proscritos, almas vendidas a Lúcifer, príncipe do fogo, da morte e dos demónios. Uma luz que se apaga nas gargantas sujas dos bichos renascidos, a esperança de um reino perdido, a devassidão de um povo marcado pela demência da luxúria, cegos na grandeza pérfida de um trono maldito. Dias frios, noites geladas, eles continuam a marchar até às portas do reino perdido, dantes guardado pela formosura e graciosidade dos Deuses invisíveis, oferendas que deixaram de chegar causaram aos Deuses a cegueira e surdez a quem já não interessa proteger, preces e rezas isoladas num vácuo fechado. Não se ouvem. As portas caem, rugidos de trovão cobrem choros de perdão. O cavaleiro branco ainda acredita na restauração e na salvação daquele reino perdido, um coração único, assolado pela bondade de outros tempos, uma vontade inóspita por entre tanta cobardia. Sacrifício em vão, ninguém se juntou ao bravo cavaleiro branco, trespassado por tais actos de valentia mísera, o suicídio foi a ultima opção, depois de tanto sangue brotar do seu corpo caído no chão. O rei de peste morreu, a rainha devassa, queimada no seu templo. O reino perdido fica agora desaparecido.
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