Roubar-te a alma

Rasgo-te a blusa e roubo-te a alma. Quero juntar-te a mim. Se o fizer, vou ser completa. A minha sanidade mental fica por um fio quando não estás. Quero juras de amor eterno mesmo que a eternidade nunca tenha sido saboreada. Quero entrar dentro de ti. Tu pertences-me porque me tens. Isso faz de ti minha. És minha porque te sou. Existo em ti. Em todos os teus olhares, sorrisos e manias. A utopia da minha vida ligada por um fio de instabilidade à serenidade da tua doce existência. Fazes com que eu seja. Fazes-me ser. Ser-te. O oceâno sempre me pareceu bastante pequeno tendo em conta a dimensão das minhas palavras. Sou um espelho da tua existência. Nada existe. Nós existimos. Quero rasgar-te e ter-te. Tu já me tens. Tu completas tudo o que há em mim. O melhor de mim, tu mereces. O pior, tu aceitas. Todos temos diabos dentro de nós. Tu és o meu céu. O meu inferno. És o lado positivo e negativo. És o A. És o Z. És a Europa e és a América. És tudo o que está envolvido. Numa corda, tu és o inicio. És o fim. És o caminho. És e eu sou. Sou porque tu me és. Porque se não fosses, eu não seria. Ou pelo menos, não saberia que sou.