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Os rios de gelo
Por que este abismo me chama?
O meu choro oculto, misericórdia clama,
Minha alma soluça e busca afago,
Pois ao ver-me sou simplesmente um fraco.
Carente do remédio que dou aos outros,
Escravo do tédio e dos desgostos.
Inclinado ao chão,
Sou engolido pela Razão.
Meu amor murcha, dor aguda que me frustra.
Lágrimas cortantes rolam
E no vazio se quebram.
As mágoas que vem e vão
Como gélidos rios em pleno verão.
A incapacidade de dar um passo de mim mesmo
E reorganizar a vida em seus eixos.
Uma prisão mental
que sentecia desgraça perpétua e mortal.
Meu espírito que definha
Irrompe na dor e se finda.
Meros feixes de luz
Perdoam a desgraça que a água conduz,
Águas tão frias,
águas fundas, últimas agonias.
Orações perdidas vagam,
Se congelam, se apagam...
Brilharão?
Por que este abismo me chama?
05-01-2003
Ronivon Saores Diniz
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Ministério da Poesia :
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