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PRIMEIRO DIA DO TEMPO SEM TEMPO
A saudade que te sinto
é tão antiga, mas tão antiga
que não te recordo,
pois não há memória.
È tão profundamente triste
e tão devastadora
que é como uma melodia sem som
que ainda assim reverbera
e faz dançar os salsos
e balança os galhos dos ciprestes
sobre as lápides em ruínas,
em um cemitério - há muito tempo
abandonado.
A saudade que te sinto
é tão desoladora
como o eco que retorna
aos meus ouvidos,
como única resposta
ao grito
que lanço às cavernas
em que te procuro.
A saudade que te sinto
é como o horizonte longínquo
que se vê no deserto,
onde a luz é tão forte
e a escassez da vida
é tão pungente
como uma lágrima
que os olhos não choram,
porque esta distância
exige caminhada
e a exaustão desanima os ossos,
rende os músculos,
entrega o corpo
que só deseja
ser comido pelas areias
e espalhado sob o sol inclemente
em pequenas partículas de nada.
A saudade que te sinto
é como um abismo profundo e silencioso,
mudo e pleno de vidas alheias e desconhecidas
que parecem convidar-me ao salto
- que não ouso -
ainda que sejas tu
que desde lá - me chamas!
A saudade que te sinto
é tão calma como a solidão de um náufrago
rendido entre dois azuis absolutos,
e cuja mente descobre que o inferno
deve ser azul,
por um vago instante
antes de desaparecer no mar.
A saudade que te sinto
é tão infinita, tão eterna
que sabe-se mais velha do que o tempo
e anterior a vida,
porque amor - és tão meu, tão meu
que foste gerado no mais recôndito
e secreto espaço de mim mesma
e não te encontro, porque a tua ausência
me fez fantasma de mim mesma
e além desta saudade
aqui já não há nada
e nem mesmo eu estou presente...
Finalmente a lágrima cai - liberta
e a alma sabe
que a saudade é que nos dividiu
em dois - para a distância, para a procura,
para a jornada, originando o tempo
dentro do seio imóvel da eternidade.
Como encontrar-te onde nem eu estou
-sussurra o vento -
onde sequer o vento existe...
Oh que saudade
e que saudade sempre!
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