Silêncio...

Transformo-me num monge cuja cela é a mudez,
onde vai reestruturando a vida com maior solidez.
Vou aprendendo a ouvir mais para não falar demais,
escutando o homem e a natureza com os seus animais.

Mesmo no silêncio há verbos em constante movimento,
que podem ser o sentimento ou o pensamento em avivamento.
Alguns me perguntam: Por que você está tão calado?
E eu respondo: Estou captando algo não falado.

Curto um silêncio suave e sem rancor,
pois assim não há gosto algum de amargor.
Depois de tanta multidão e agitação eu me afasto,
e do alto da montanha contemplo algum pasto.