Biografia: Cora Coralina(1889-1985), poetisa brasileira, natural de Goiás.
Cora Coralina
"Versos... não Poesia... não um modo diferente de contar velhas histórias"
(Poema Ressalva , extraído do livro Poemas dos Becos de Goiás e estórias mais )
Voz viva da cidade de Goiás, personagem e símbolo da tradição da vida interiorana, Cora Coralina nasceu em 20 de agosto de 1889, na casa que pertencia à sua família há cerca de um século e que se tornaria o museu que hoje reconta sua história. Filha do Desembargador Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto e Jacita Luiza do Couto Brandão, Cora, ou Ana Lins dos Guimarães Peixoto (seu nome de batismo), cursou apenas as primeiras letras com mestra Silvina e já aos 14 anos escreveu seus primeiros contos e poemas. Tragédia na Roça foi seu primeiro conto publicado.
Seu pai foi desembargador nomeado por D. Pedro II, e de Jacinta Luísa do Couto Brandão, Ana nasceu e foi criada às margens do rio Vermelho, em casa comprada por sua família no século XIX, quando seu avô ainda era uma criança. Estima-se que essa casa foi construída em meados do século XVIII, tendo sido uma das primeiras edificações da antiga Vila Boa de Goiá.
Começou a escrever os seus primeiros textos aos quatorze anos de idade, publicando-os nos jornais locais apesar da pouca escolaridade, uma vez que cursou somente as primeiras quatro séries, com Mestra Silvina. Publicou nessa fase o seu primeiro conto, Tragédia na Roça.
Casou-se em 1910 com o advogado Cantídio Tolentino Bretas, com quem se mudou, no ano seguinte, para o interior de São Paulo. Viveria no estado de São Paulo por quarenta e cinco anos, inicialmente nas cidades de Avaré e Jaboticabal, e depois na cidade de São Paulo, para onde se mudaria em 1924. Ao chegar à capital, teve que permanecer algumas semanas trancada num hotel em frente à Estação da Luz, uma vez que os revolucionários de 1924 haviam parado a cidade. Em 1930, presenciou a chegada de Getúlio Vargas à esquina da rua Direita com a praça do Patriarca. Um de seus filhos participou da Revolução Constitucionalista de 1932.
Com a morte do marido, passou a vender livros. Posteriormente mudou-se para Penápolis, no interior do estado, onde passou a produzir e vender lingüiça caseira e banha de porco. Mudou-se em seguida para Andradina, até que, em 1956, retornou para Goiás.
Ao completar cinquenta anos de idade, a poetisa relata ter passado por uma profunda transformação interior, a qual definiria mais tarde como "a perda do medo". Nesta fase, deixou de atender pelo nome de batismo e assumiu o pseudônimo que escolhera para si muitos anos atrás.
Durante esses anos, Cora não deixou de escrever poemas relacionados com a sua história pessoal, com a cidade em que nascera e com ambiente em que fora criada. Ela chegou ainda a gravar um LP declamando algumas de suas poesias. Lançado pela gravadora Paulinas Comep, o disco ainda pode ser encontrado hoje em formato CD.
Cora Coralina morreu em Goiânia. A sua casa na Cidade de Goiás foi transformada num museu em homenagem à sua história de vida e produção literária.
Primeiros Passos Literários
Os elementos folclóricos que faziam parte do cotidiano de Ana serviram de inspiração para que aquela frágil mulher se tornasse a dona de uma voz inigualável e sua poesia atingisse um nível de qualidade literária jamais alcançado até aí por nenhum outro poeta do Centro-Oeste brasileiro.
Senhora de poderosas palavras, Ana escrevia com simplicidade e seu desconhecimento acerca das regras da gramática contribuiu para que sua produção artística priorizasse a mensagem ao invés da forma. Preocupada em entender o mundo no qual estava inserida, e ainda compreender o real papel que deveria representar, Ana parte em busca de respostas no seu cotidiano, vivendo cada minuto na complexa atmosfera da Cidade de Goiás, que permitiu a ela a descoberta de como a simplicidade pode ser o melhor caminho para atingir a mais alta riqueza de espírito.
Obras
• Estórias da casa velha da ponte
• Poemas dos Becos de Goiás e estórias mais
• Meninos verdes (Infantil)Meu livro de cordel
• O tesouro da casa velha
• A moeda de ouro que o pato engoliu (Infantil)
• Vintém de cobre
Divulgação Nacional
Foi ao ter sua poesia conhecida por Carlos Drummond de Andrade que Ana, já conhecida como Cora Coralina, passou a ser admirada por todo o Brasil.
Seu primeiro livro, Poemas dos Becos de Goiás, foi publicado pela Editora José Olympio em 1965, quando a poetisa já contabilizava 75 anos. Reúne os poemas que consagraram o estilo da autora e a transformaram em uma das maiores poetisas de Língua Portuguesa do século XX.
Onze anos mais tarde, em 1976, compôs Meu Livro de Cordel. Finalmente, em 1983 lançou Vintém de Cobre - Meias Confissões de Aninha (Ed. Global).
Cora Coralina foi eleita intelectual do ano e contemplada com o Prêmio Juca Pato da União Brasileira dos Escritores em 1983. Dois anos mais tarde, veio a falecer.
Fonte: Canto do Escritor: http://www.cantodoescritor.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=556:biografia-de-cora-coralina&catid=71:cora-coralina&Itemid=121#ixzz1VFDhgXBP
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 14201 reads
other contents of AjAraujo
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Meditation | Sem budismo (Paulo Leminski) | 0 | 4.274 | 01/13/2011 - 11:32 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Bem no fundo (Paulo Leminski) | 0 | 6.422 | 01/13/2011 - 11:31 | Portuguese | |
Poesia/Love | Amor bastante (Paulo Leminski) | 0 | 1.408 | 01/13/2011 - 11:28 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | As pontes que precisarás passar (F. Nietzsche) | 0 | 5.589 | 01/13/2011 - 02:09 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | As mãos de Deus (David Lawrence) | 0 | 2.457 | 01/13/2011 - 02:08 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Aninha e suas pedras (Cora Coralina) | 0 | 5.977 | 01/13/2011 - 02:05 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | Aprenda (Robertson) | 0 | 2.347 | 01/13/2011 - 02:03 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Doce inocência... | 1 | 3.473 | 01/12/2011 - 19:28 | Portuguese | |
Poesia/Haiku | Direção da Vida | 1 | 2.715 | 01/12/2011 - 19:24 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Tracando rumos: rumo a paz interior | 1 | 3.595 | 01/12/2011 - 19:19 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | A tarde cai | 1 | 5.401 | 01/12/2011 - 19:15 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | A ponte (Mário Benedetti) | 0 | 7.047 | 01/12/2011 - 12:37 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | O prazer do amor (Pensamentos XVII-XXXII, Rochefoucauld) | 0 | 7.159 | 01/12/2011 - 12:33 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | A verdadeira coragem (Pensamentos I-XVI, Rochefoucauld) | 0 | 3.226 | 01/12/2011 - 12:31 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Ah! Desgraçados. (Bertolt Brecht) | 0 | 8.655 | 01/12/2011 - 12:25 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | A solidão nas cidades | 1 | 4.906 | 01/11/2011 - 22:57 | Portuguese | |
Poesia/Haiku | Sonho e Pesadelo | 1 | 4.487 | 01/11/2011 - 22:54 | Portuguese | |
Poesia/Disillusion | Chorar não mais consigo | 1 | 2.334 | 01/11/2011 - 22:51 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Retrato do Desconhecido (Augusto Schimdt) | 1 | 3.300 | 01/11/2011 - 19:59 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Mistura Perfeita* | 1 | 3.384 | 01/11/2011 - 17:42 | Portuguese | |
Poesia/Love | Bem Aceito * | 1 | 4.323 | 01/11/2011 - 17:39 | Portuguese | |
Poesia/Disillusion | Beijos plásticos * | 1 | 5.924 | 01/11/2011 - 17:35 | Portuguese | |
Poesia/Friendship | Amistad (Friendship) | 1 | 48.140 | 01/11/2011 - 12:38 | English | |
Poesia/Love | Caminhada | 1 | 2.454 | 01/11/2011 - 12:35 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Desatar os nós | 1 | 2.764 | 01/11/2011 - 12:31 | Portuguese |
Add comment