Pseudo-soneto ladino
I
Muito mar foi preciso para alcançares teu destino,
Nessa terra despejaste tuas palavras perfeitas.
E não és simplesmente uma mãe bem-feita,
Estás deveras além das dificuldades do caminho.
Os poetas em ti encontraram um beijo divino,
Deliciam-se os amantes com tua sutileza.
De tuas irmãs latinas és a de maior beleza,
E minha altiva boca tu preenches de carinho.
Só existem essas linhas pois tu existes...
Tua estética no papel deslumbra e admira
Quem vive a pensar em teus limites...
Diferenças vivem entre aqui e acolá
E fazem de ti ainda mais atraente;
Tua imensidão não canso-me de declarar.
II
Fincaste teus formosos pés nessa terra,
Criaste raízes na prosperidade de além-mar,
Distâncias de água conseguiste aproximar.
Mas tua contribuição aí não se encerra.
Meus dizeres lúcidos ou não tu esmeras...
Com harmonia e placidez componho a saudar
Àquela que amiúde faz-me deleitar.
Em tua vasta gramática pérolas conservas.
Faço teus os meus versos de agora,
Penso em ti e penso em Português.
De minha alegria e tristeza és senhora.
Mas não negas jamais teu sítio natal,
Cada letra, cada palavra, cada sentença tua
Grita: Portugal! Portugal! Portugal!
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