Tânatos

Temo o anjo torto
que me espreita
atrás da porta.

Temo suas garras afiadas
que me levarão ao Hades.
Fim e destino
de todos os desatinos.

Sei que me vigia
à espera de qualquer vacilo.
À espera
do próximo bacilo.

Eu queria não ter errado.
Estar livre de pecado,
mas por imposição
da Economia de Mercado
tanto eu quis que fiquei
só mais um gado,
engravatado e plastificado.

Cumpri minha sina
e por isso arcarei
com o castigo da Lei.
Contudo, enquanto cá estou
viverei a petulante
liberdade
de contestar a
"Pura Verdade".

Depois, eu não sei.
Que Zeus faça a sua vontade.

Mas que tenha em meu julgamento
a tolerância e a generosidade
de Quem já viveu
uma outra Eternidade.

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Sunday, January 29, 2012 - 09:21

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fabiovillela

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Comments

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Tocou-me

Caro amio Fábio: tocou-me o poema

perpassou (- me) uma tristeza

uma "morte" agoirenta...

Certamente um belo momento pético!

Bjo

 

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