Do jardim um cemitério eu faço II
Do meu vasto jardim de belas flores
Um dia eu ei de fazer cemitério
E ali realizar um jantar funéreo
Na companhia de pútridos amores.
Maravilhado com meus próprios horrores
Alcançar algum plano dito etéreo
E, enfim, compreender o humano mistério
Do amor no mesmo peito amar suas dores.
A minha caixa toráxica abrir,
Então às damas presentes servir
Paixões a fim de o gozo lhes crescer.
E percebendo eu seus sorrisos mórbidos
Espreitar-me às gargantas, por trás, sórdido,
E uma última taça de amor sorver...
03 de abril de 2012 - 22h 56min
Submited by
Wednesday, April 4, 2012 - 20:58
Poesia :
- Login to post comments
- 1482 reads
Add comment
Login to post comments
other contents of Adolfo
Topic | Title | Replies | Views | Last Post | Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Sonnet | Subinconsciência de morte V | 1 | 1.084 | 04/09/2012 - 23:26 | Portuguese | |
Poesia/General | Semana Santa? | 2 | 1.514 | 04/08/2012 - 09:27 | Portuguese | |
Poesia/Love | Poema recíproco consigo mesmo | 1 | 1.697 | 04/07/2012 - 21:48 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Um conselho | 3 | 844 | 04/06/2012 - 14:20 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Raana | 0 | 2.238 | 04/05/2012 - 17:42 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Do jardim um cemitério eu faço | 4 | 1.463 | 04/05/2012 - 10:21 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Subinconsciência de morte III | 2 | 880 | 04/04/2012 - 21:04 | Portuguese | |
Poesia/Erotic | Erótica - Parte II | 1 | 1.009 | 03/30/2012 - 14:33 | Portuguese | |
Poesia/Erotic | Erótica - Parte I | 1 | 953 | 03/27/2012 - 20:14 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Subinconsciência de morte | 1 | 1.009 | 03/24/2012 - 19:06 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Preciosas | 1 | 954 | 03/24/2012 - 18:48 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | Nó na garganta, madrugada sem fim | 2 | 1.043 | 03/24/2012 - 15:32 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Apocalipse II | 0 | 1.430 | 03/17/2012 - 19:25 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Tempos de tristeza | 0 | 814 | 03/17/2012 - 19:09 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Opiniosos. Odiosos | 0 | 941 | 03/16/2012 - 23:09 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Rubro | 0 | 1.000 | 03/07/2012 - 19:38 | Portuguese | |
Poesia/Passion | Arenga | 0 | 1.166 | 03/05/2012 - 23:03 | Portuguese | |
Poesia/Love | Ser homem | 1 | 524 | 02/15/2012 - 21:41 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Delicadamente, saudade | 0 | 1.318 | 02/11/2012 - 21:13 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Lua crepuscular | 0 | 783 | 02/11/2012 - 19:48 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Signos | 0 | 1.035 | 01/28/2012 - 07:32 | Portuguese | |
Poesia/Love | Beijinhos e beijinhos | 0 | 1.354 | 01/28/2012 - 04:32 | Portuguese | |
Poesia/General | Estrelas | 4 | 1.744 | 01/26/2012 - 13:56 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Astral Romance XIV | 2 | 1.784 | 01/26/2012 - 13:51 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Fúria fria | 2 | 1.052 | 01/26/2012 - 13:44 | Portuguese |
Comments
Muito
Muito bom...
abraços...
....)...(@
Pudera eu gritar agora na escola:
Vida longa ao Lord Byron!
=D
Meu querido, amigo, Adolfo,
Meu querido, amigo, Adolfo,
não vejo grandes diferenças entre um jardim e um cemitério, pois ambos são locais de celebração (eu vejo a morte como os povos africanos, que em vez de lágrimas, ao finado, cantam e dançam sua viagem etérea). Em ambos os espaços, as mesmas flores e a reinante paz. Também gostaria de fazer de meu jardim, meu sepulcro, despoletando amores, desta e doutras vidas, a haver. Aprecio-te pois não temes as palavras, ou que alguém as possa distorcer, porque a eles próprios se olham de soslaio, não escondendo o pudico de seus actos, apenas por acharem que é isso, o que os demais (sociedade) esperam deles. Gostei de ler mais um de teus belos sonetos... e... que venha a continuação. Hoje porei mais 3 de meus "sonetos imperfeitos"... haja quem me ature... brincando.
Abraços meus!
Jorge Humberto
De fato, somente as flores
De fato, somente as flores reinam no cemitério... Ainda que seja um reinado breve e sobre leitos de pedra ( e muito provavelmente estas duas frases irão me render um poema =DDD ).
E agora estou curioso quanto a este teu soneto escrito no cemitério... Fica a dica ;)
Quanto as preferências, não há nada que me incomode num cemitério ou num jardim. Nem me incomodaria em fazer do cemitério um jardim... Talvez o finado Augusto dos Anjos tivesse algo a nos dizer quanto a isto, não achas? =D
Obrigado pela apreciação!
sórdido
sórdido sim o tema
(embora não me seja estranho, pois já escrevi um soneto
no interior de um cemitério)
a verdade é que prefiro transformar este num jardim,
onde reinem flores e paz - aquela paz que vezes demais
se ausenta de nós nos quotidianos.
Belo trabalho!
Saudações!
Abilio