JULGAR

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JULGAR

 

Através das paredes do meu quarto,

Ouvi um gemido bem farto,

Misturado com uma gargalhada feminina,

E o arfar duma voz masculina.

 

Nada vi do que estavam a fazer,

Mas presumo por que ela estava a gemer,

A mim certamente nada me diz respeito,

Mas acordei pelo ruído que era feito.

 

No suposto acto com ruído de prazer,

Entre aquelas paredes que pareciam tremer,

Durou pela noite dentro porque eu ouvi,

Embora os seus actos eu não vi.

 

Pelas grandes risotas, pareciam grandes amigos,

E misturavam a amizade com gemidos,

Se estavam a ser sinceros não posso afirmar,

Só sei que sentiam prazer pelo seu arfar.

 

Eles pareciam – me jovens certamente,

Pois o ruído do seu suposto prazer não mente,

Os velhos não manifestam este prazer assim,

Quando praticam estes actos, parece – me a mim.

 

 

2008-Estêvão

 

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Saturday, October 6, 2012 - 17:43

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José Custódio Estêvão

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