PÁTRIA
Pátria
Pátria, é uma palavra que agora já não tem valor,
Não a podemos pronunciar com o nosso amor,
Somos logo conotados com a passada ditadura,
E julgados por qualquer mente insípida e impura.
Pátria é palavra que já não se usa,
Democracia é palavra que agora mais se abusa,
Nas escolas já não se aprende o seu hino,
Que era a canção se aprendia logo em pequenino
Pátria, é este pedacinho de terra que já foi império,
E hoje não podemos pronunciar que é impropério,
Aos que se julgam democratas de ocasião,
E por isso aos que gostam dela fere o seu coração.
Pátria é a nossa alma, é a mãe da nossa mãe,
É um pedacinho de terra que é nosso e de mais ninguém,
Por isso, continuarei a pronunciá – la para ser ouvida,
Mesmo que a minha alma que a sente, seja ofendida.
Pátria, não é vergonha de a sentir e chamar por ela,
Ela é das palavras pequenas a mais bela,
Por isso gritarei sempre porque está dentro de mim,
Mesmo que esta palavra dite o meu fim.
Pátria é uma palavra que aprendi a dizer na escola,
E a levava sempre comigo na minha sacola,
Junto com os meus livros para que me fosse ensinado,
Que Pátria é o meu eu e nunca serei renegado.
Pátria, é hoje e será sempre para mim a minha mãe,
Onde a minha mãe viveu e já a não tem,
É a terra que me deu ser pobre ou rico não interessa,
É amor que tenho dentro de mim para dar a alguém que me peça.
Pátria, é uma palavra para pronunciar com respeito,
E não com desprezo que só pode ser um grande defeito,
Que conspurca a vil mente de quem o faz,
Pois amar a sua a sua Pátria é um dever de quem é capaz.
Pátria, não é só minha é dos que nela nasceram e lhe querem bem,
Dentro do seu território, merece ser tratada como mãe,
E não como madrasta por não a sentir e ter vergonha,
É sempre nossa, mesmo que alguém se oponha.
Pátria, a cantar na escola aprendi o seu bendito hino,
E nela sempre fui ao encontro do meu destino,
Lutarei por ela mesmo que perca a minha vida,
E nunca sentirei vergonha de dizer o seu nome e viva!
Tavira, 13 de Setembro de 2010 - Estêvão
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