VELHOS SÃO OS TRAPOS

 

Velhos são os trapos

 

Chove na rua chove no meu telhado,

Mas eu estou em casa estou reformado,

Já não trabalho, apenas conto o meu tempo,

Todos os dias ele não me sai do pensamento,

Provoca-me uma contínua dor de cabeça,

Estar parado faz com eu me esqueça,

Das coisas que faço no meu dia a dia,

Mas o tempo ainda não me levou a sabedoria.

 

Vou contrariar este meu procedimento,

Vou começar a criar para viver o meu tempo,

Pois barco parado não faz viagem,

E eu quero retardá-la com outros fazem,

Vou criar, vou dar asas à minha imaginação,

Mas também vou andar que faz bem ao coração,

Não me importa com o meu envelhecimento,

Eu quero ter a minha mente em movimento.

 

Estou em prática sobre o que acabei de pensar,

Porque o meu pensamento está a mudar,

Já não penso no tempo que por mim passa,

Já nem dou por ele passar, o trabalho disfarça,

Estou mais alegre e ainda tenho ambição,

Com os meus trabalhos fazer uma publicação,

Para os outros verem que somos velhos no pensamento,

Se não se pusermos a mente em movimento.

 

Não podemos ficar sentados à espera da certeza,

Se pensarmos assim a vida nos despreza,

Ver brilhar a luz do Sol e sonhar com o luar,

É o nosso pensamento que ainda quer amar,

Temos o nosso caminho que escolhemos,

Temos que o percorrer para não o perdermos,

Ele só termina, quando deixarmos de pensar,

É seguir sempre em frente até ele acabar.

 

Somos velhos apenas quando deixamos de pensar,

Que a nossa vida no tempo não pode parar,

É criar, é andar, é pôr o pensamento em revolução,

Quando queremos ficar parados é dizer não,

Pois podemos ser úteis até o tempo dizer basta,

Se pensarmos assim a morte ainda se afasta,

Assim ficamos com muito mais tempo para viver,

A vida é curta é não perder tempo no que queremos fazer.

 

Tavira, 11 de Março de 2011 - Estêvão

 

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Thursday, June 6, 2013 - 09:18

Poesia :

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José Custódio Estêvão

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