Os velhos na casa da indiferença
Os velhos na casa da indiferença, nos lábios os cigarros, nos olhos o jornal e aquela caixa que não é magica e que faz dormir. Para onde vão os velhos, onde ficam estas criaturas sem " préstimo"
Os velhos ficam esquecidos nas camas dos hospitais como os caçadores que abandonam os seus
cães . Os filhos dos velhos, a família dos velhos são como caçadores, gatos na toca para por as garras no queijo quando o rato morre, depois é irrelevante se a toca foi confortável, se o duche era quente, se o pão estava bem torrado. Os velhos despejados nessas casas são visitados pelos filhos , ás vezes visitas curtas a maior parte carregadas de impaciência e quase sempre o dinheiro a flutuar naquelas mentes gananciosas e ávidas de lucro. Há velhos que escolhem, que vão por sua vontade, que organizam suas vidas, que são ligados aos filhos e os filhos na mesma direcção. Há lugares limpos e há pessoas também limpas que fazem e amam, que são disponíveis outros não suportam os seus porque tem medo de envelhecer ou se julgam eternamente livres da justiça, porque julgam que o dinheiro cicatriza as feridas do carácter. Os velhos queixosos conformados por um destino antecipadamente construído, todos naquela sala, os olhos vazios, as mãos tremulas , alguma medicação para as dores, as madrugadas parecem o inferno e eles não conseguem compreender que bastava a água do amor para apagar o fogo ateado pelas próprias mãos e elaborado pelos nossos pensamentos, um dia vamos perceber que o ódio não compensa, que a inveja não faz circular melhor o sangue, que não oferece melhor ar e melhor oxigénio.
Os velhos felizes a imagem de filhos felizes aqueles que fizeram o melhor trabalho e praticaram o melhor exemplo, os velhos que educaram e os filhos nas suas escolhas e nas suas decisões uns e outros são árvores que não devem abandonar a boa raiz que dela virão os frutos que o sol não terá medo de penetrar e de ampliar de vida. .
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 3470 reads
Add comment
other contents of lobo
Topic | Title | Replies | Views | Last Post | Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Aphorism | Quando o gume da faca nos perfura | 1 | 1.090 | 06/14/2010 - 20:44 | Portuguese | |
Prosas/Others | limpas o rosto ao papel das escrituras | 2 | 1.817 | 06/11/2010 - 20:32 | Portuguese | |
Prosas/Mistério | Vale tudo neste império | 1 | 1.849 | 06/11/2010 - 12:50 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | uma velha bordava | 3 | 1.280 | 06/10/2010 - 00:55 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Os bichos dormem no sono dos homens. | 2 | 791 | 06/07/2010 - 21:08 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | No prato da sopa eu provo as lágrimas | 1 | 1.976 | 06/07/2010 - 18:17 | Portuguese | |
Prosas/Thoughts | Os adolescentes não sabem escrever poesia... | 1 | 1.452 | 06/07/2010 - 13:37 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | O inutil | 2 | 897 | 06/06/2010 - 05:31 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | Pai nosso das ratoeiras | 2 | 922 | 06/03/2010 - 13:55 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Nao há luz na planicie | 0 | 934 | 06/03/2010 - 13:29 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | O sangue da terra e o sangue dos homens | 1 | 950 | 05/26/2010 - 13:42 | Portuguese | |
Prosas/Ficção Cientifica | resposta | 2 | 1.292 | 05/18/2010 - 10:33 | Portuguese | |
Prosas/Ficção Cientifica | Valkiria | 4 | 1.457 | 05/17/2010 - 13:15 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | As asas dos loucos são flores | 2 | 1.630 | 04/28/2010 - 17:44 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Abril já não mora aqui. | 2 | 1.534 | 04/25/2010 - 13:15 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | As asas cortam como facas | 3 | 1.317 | 04/23/2010 - 17:56 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Meteu tudo no centrifugador | 0 | 1.131 | 04/17/2010 - 13:05 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Escrever no pão este remorso... | 0 | 1.351 | 04/13/2010 - 15:44 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Quando passam os saltimbancos | 5 | 865 | 04/12/2010 - 14:43 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Bonecas insuflaveis | 2 | 1.399 | 04/11/2010 - 15:53 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | O Trote do cavalo na linha | 2 | 972 | 04/10/2010 - 16:42 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | A Formiga tambem escrevia versos | 1 | 712 | 04/09/2010 - 17:35 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | pimba | 4 | 1.260 | 04/06/2010 - 16:52 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Como umas asas na imaginação | 1 | 1.173 | 04/01/2010 - 18:33 | Portuguese | |
Prosas/Thoughts | Para que serve a alta velocidade | 1 | 1.266 | 03/27/2010 - 00:28 | Portuguese |
Comments
muito boa a sua poesia
muito boa a sua poesia
muito boa a sua poesia
muito boa a sua poesia
muito bom
. Há velhos que escolhem, que vão por sua vontade, que organizam suas vidas, que são ligados aos filhos