Na extrema qu’esta minh’alma possui.
Se a alma fosse minha extrema
E eterna a clareza que cresce,
Ao longo de meus dedos,
Mesmo de olhos vendados,
O terreno ermo vizinho,
Seria planície, solo arável,
Mas por sorte, ou sem ela,
Nada sou, nem orvalho,
Quanto mais destino
Avençado, paixão fértil,
Sou um sem terra, grelo eunuco,
Onde o deserto é chão nu,
Fecham-se-me os olhos,
Suspendo a natureza esta,
Renego a álea e o caminho
Estéril do trabalhador
Sem trabalho, cansado
De atar a alma ao extremo
De si mesmo, como um mastro
Na distante lua.
Gracejo com o espelho,
Inexplicável ilusão de velho,
Ou um sentido solto,
Que desconheço.
O que poderei dizer,
Pra que me entenda
Eu, que nem falar sei,
E o ver-se me acaba
Na extrema qu’esta
Minh’alma possui.
Joel Matos (10/2014)
http://joel-matos.blogspot.com
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Sem trabalho, cansado De atar
Sem trabalho, cansado
De atar a alma ao externo
Sem trabalho, cansado De atar
Sem trabalho, cansado
De atar a alma ao externo
Sem trabalho, cansado De atar
Sem trabalho, cansado
De atar a alma ao externo
Sem trabalho, cansado De atar
Sem trabalho, cansado
De atar a alma ao extremo
Gracejo com o
Gracejo com o espelho,
Inexplicável ilusão de velho,
Gracejo com o
Gracejo com o espelho,
Inexplicável ilusão de velho,