A Moça
A MOÇA
Por uma alameda verdejante, ia ela
Passos lentos, pesarosos
O olhar fixo no nada; Era bela.
Os braços em cadência, vagarosos
Parecia uma miragem
Um conto, imaginação
Um infortúnio, uma visão
Quando chegou ao rio, bem à margem
Por ali ficou um tempo indeterminado
O vento, com seus cabelos, brincava
O corpo ereto, paralisado
Sem movimento algum, pesava
De repente se atirou
E da água não voltou
Me assustei, tentei
Mas a moça não achei
As águas estavam revoltas
E o povo foi chegando
Eram cinco, dez, eram mil
Na beira do rio, indagando
Onde estava o corpo? Sumiu!
Quem sabe quanta dor havia
Naquele peito desesperado
O que teria acontecido
Para um gesto tão impensado?
Pouco a pouco, foram saindo
Já não tinha novidade
Fiquei ali, assistindo
As águas, indo e vindo
Naquele cair de tarde
A noite desceu seu manto
Eu também me levantei
Ninguém chorou por ela
Apenas olhos de espanto
Sem dor, nem desencanto
Pela moça tão bela...
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Comments
Re: A Moça
Gisa!
Lindo, lindo, mas muito triste, essa moça devia ter esperado, porque da vida tudo se resolve em vida e com vida, porque os infortúnios passam, e sempre depois das tempestades vem a bonanza, e novos horizontes se abrem, por mais tristes que sejam os momentos que estamos passando!
Um abraço,
MarneDulinski