Carta de amor (de despedida)

Segredas-me cumplicidades partilhadas
suaves os dias em que as diferenças nos completavam
inventas sorrisos
para que o meu se mantenha
constróis realidades
que afastam os meus fantasmas
tão puro que é o teu olhar
tão terno o teu olhar
meu amor (tens nome)
de sempre para sempre.

Misturas palavras para que eu permaneça
prenúncio de morte
em constantes renascer
impedes a minha partida
como se fosse uma fuga
mas sempre te disse
que por vezes
partimos por amor.

E tens que acreditar.

Aceitar.
E ser feliz.

Porque tenho que partir
em busca dos (meus) pedaços dispersos
e perdidos
em novas descobertas
que me tragam inteira.
Até mim.

Onde me (re)conheça.