NÃO

Que o mundo
Não ameace a nossa ternura,
Que nos dê espaço para voar!
Que um raio cruel não a atinja, jamais.,
Não amedrontem o nosso querer,
O nosso desejo de amar.

Deixem alçar voo, essa ave,
em nós.
Que não nos acuem, no vale,
Que não nos impeçam de prosseguir.

Que não nos queimem a esperança,
Que não nos obriguem a lutar,
Que não nos empuirrem para essa luta,
Não queremos essa luta lutar.

Queremos apenas ave ser,
Plainar as nossas asas,
Inclinar sobre os campos
E a terra beijar.

Queremos apenas tocar as colinas
que carregamos no peito,
O som do vento que vive, silencioso,
a cantar,
Eerguer os olhos, em súplica,
E o céu alcançar.

Queremos Paz,
Queremos apenas amor amar.
Deixai-nos, pois, águias solitárias,
Exército invisível, em sonhos de paz.

Cumprindo os seus voos sem fim,
Entre a vida e o canto,
Entre o céu e o mar.