Poesia Morena
Tua lembrança preenche meus vazios.
Sinto-te, embora não estejas;
e te devoro
sem que me vejas.
Procura, fome, loucura,
esse amor sem moldura,
esse gostar sem usura
e esse desejo sem censura.
Como tu veio,
essa falta de receio,
essa sobra de recheio
são mistérios da Terra do Meio.
Ouço tua voz cantada
e te sei amada.
Por que tu me és tanto?
Nao sei,
mas te amo
como raro amei.
Essa maciez da tua pele
é perpétuo convite
ao qual não se resiste.
Por ti, poesia morena,
farei nova Carta Chilena,
como as de Marilia e Dirceu,
versos brancos sem Liceu.
*E tão de repente ...
nada mais que de repente ...
*Inspirado na poética de Vinicius de Moraes.
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Friday, April 16, 2010 - 12:24
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