O banco leve das palavras esquecidas
O céu estende os braços de prata ao mendigo faminto.
branca nuvem mergulha a pique no silêncio,
animal faminto deslumbrado é no céu rasteiro
nave que fumega ausências perdidas
côncavas esperas alienando revés
operativo do fim de tarde elevado.
lamento o casaco remendado,
esverdeado clima subjugado pelos olhos
vãos de escadas turbulentas,
esquivas ao sono gelado da fria noite.
derramam-se esperanças nos transeuntes
afastados do banco leve
serenado na angústia que fingem não ver.
pinto as mãos com tinta para metais.
atrevo-me a soltar os atacadores dos sapatos
levantados no lábio seco das letras;
atiro as impressões digitais ao ar
vergo a fera com um sopro da alma...
recupero o cartão que deixaste nos meus cabelos.
antigamente a fome escapava-se com um pedaço de pão...
sabias que existia um banco leve de palavras.
endividei-me com os anjos da brisa
saquei demasiadas vezes a pistola com a câmara cheia
questionando-me sobre a realidade.
untei as formas que moldaram o meu ego.
esbateu-se a esperança,
condensou-se o peito (doendo)
invadido por um relâmpago de pele
derramado em transparência,
afastando dos meus sonhos quase perfeitos
sôfregas ambiguidades em que me sento horas sem fim.
rainbowsky
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Comments
Re: O banco leve das palavras esquecidas
Palavras firmes incólumes, mas com ternura.
Alcantra
Re: O banco leve das palavras esquecidas
Ao de leve nos levas numa esperança quase esquecida, mas está lá, devemos agarrá-la...
Um trabalho com as palavras muito bom!!!
:-)