restos teus
os teus vazios são mortais
quando, sem licença, entram em mim
tomando conta dos bocados cheios
que ainda tenho
dos bocados dos sorrisos que guardei
das lembranças do teu corpo em espera
das palavras que me deste
e que, por idosas e cansadas
caminham devagar na minha alma
são palavras esquecidas
pela tua boca distraída
entretida em discursos sem sabor
são palavras que não ouço
devido aos silêncios que carregam
devido ao estrilho desta dor
e depois, tu
a desaparecer devagar
em mim
em ausências
em gestos que não repetes
em abraços fictícios
em bocados de nada que me atiras
com restos teus, vazios e sem uso
engolindo os poucos pedaços cheios
que, por milagre, ainda tenho
presos por um desejo moribundo
de beijos que libertem os sentidos
e me tragam de regresso a este mundo
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Re: restos teus
"em abraços fictícios
em bocados de nada que me atiras
com restos teus, vazios e sem uso
engolindo os poucos pedaços cheios
que, por milagre, ainda tenho
presos por um desejo moribundo
de beijos que libertem os sentidos
e me tragam de regresso a este mundo "
Qtas vezes nos satisfazemos com a ficção de abraços invisíveis, de sonhos iludidos, rasgados da nossa alma vestidos de esperanças q se fossem esmiuçadas friamente e racionalmente veríamos q são lençóis brancos vestidos de nada, como fantasmas agitados e incorpóreos...
Ler-te será sempre um prazer!
Beijinho em ti!
Inês