Dias de Cinza
Os meus dias são de cinza
espessos corolários gastos
na razão do meu viver, infecundos
em mãos que não anseiam perdão
em coração que não tem dedicação.
Sobrevivo sem magicar ou pensar.
Tristes e vazios estes meus dias
de solidão espessa, sem risos
sem alma, sem paixão, sem devoção
Medito em mim, em ti, em nós
no Nada do vazio absoluto
Em cinza estes meus dias!
Criados iguais a outros dias
o meu calendário não nota a diferença
Não reclama nesta minha crença
de lágrimas de sal, fugidias
no triste trautear da velha canção
Sobre eu e tu, e a paixão!
Deixarei de respirar um dia e depois?
o que fiz que valesse a pena
o que aproveitei que não fosse bom
Sairei actriz gasta de cena
Muda, sem proferir qualquer som
Os meus dias são de cinza
Não da vulcânica, não Islandesa
mas de sonhos de princeza
de saudade oceânica
sem nunca ter a certeza
de te ter um dia
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Comments
Re: Dias de Cinza
Um poema, que "rola" macio, pelos
versos, ao desenrolar-se.
Gostei bastante.
:-)
Re: Dias de Cinza
Uma poética que flui suave aos sons e imagens que tua escrita traz.
Abraço,
Alcantra