Versos ao léu, realidade de papel.
Espelho quebrado.
Espelho fractal basso
Onde me esgarço
Negando-me a enxergar:
A realidade não
É um traço.
(é uma vaga no turbilhão do mar)
Quando galgo o espaço
Enxergo o que quero enxergar:
Um langor laço
Rompido com um berro
escasso
(Brado dado sem respirar).
O mundo inverso
gira em um louco verso
(transladante sem encontrar).
Curo-me no que me interesso
Acabo por despertar:
Adeus sonho!
realidade vem me buscar.
Vela de chama tremulante
agonizante vento errante
nesta enseada de mar.
Poluída esfera
tonta no céu a girar.
(amar é sonho nas garras da ilusão)
Burro é meu coração
envolto em pranto.
Quebra-se o encanto
dispo-me do manto
espanto o espectro: o sonhar.
Derrete-se o corpo-vela
Dissipa-se amor ao ar.
sebo que minha alma mela
ilusão criada em um olhar.
(Um dia, Ahhh um belo dia, irei enfim encontrar
Cada um tem o que merece, eu terei o verbo amar.)
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Comments
Re: Versos ao léu, realidade de papel.
Re: Versos ao léu, realidade de papel.
A tristeza dói com uma beleza que desconcerta o espelho. Tão denso que muda o ar da sala...beijo e levo
Re: Versos ao léu, realidade de papel.
Um bom poema, Ana.
Beijo
Vóny Ferreira
Re: Versos ao léu, realidade de papel.
Versos tristes profundos e lindos pela forma que foram escritos , posso estar enganada mas vejo em seus escritos um ar de inspiração ( no modo maduro de escrever) no Giraldoff.
Parabéns pela sobreidade ao escrever e digo -te que você pode desistir de tudo, menos do verbo Amar.
Beijos
Susan
Re: Versos ao léu, realidade de papel.
Sim, todos de uma certa forma inspiram, e o Gi por ser um grande amigo e um grande poeta com certeza inspira também, neste, diretamente não, mas de um todo na forma geral de escrever.
Beijos e sempre grata pelo comentário.