U Verrá, Virgo Velida
La Barca! La barca! ide-vos partir,
A lo mar, en alongadas ribas,
U virgos choran, suidade hei, per las oir!
Arma la barca, en soutos e ribas.
Aduga juso, sô lo coraçon, u choran,
Mi moiro! Ergas! Non adugas l’alvor,
Darredor, sô lo frolido, amor dirán,
Mi moiro! Senlheira, sem rem, sen amor…
Pedro Martins
Pequeno poema medieval, com a seguinte tradução (e algumas explicações):
[i]Onde Virá, Virgem Formosa
A Barca! A Barca! Vão partir,
Ao mar, em afastadas margens,
Onde virgens choram, saudade tenho, de as ouvir!
Monta (equipa) a barca, em soutos (bosques nas margens de rios e mares) e margens.
Traga abaixo, sob o coração, onde choram,
Eu morro! Se não! Não traga um alvor (um carinho/um amor),
Darredor (paisagem primaveril, personifica o amor do poeta), sob o florido, amor dirão,
Eu morro! Sozinho, sem nada, sem amor…[/i]
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Comments
Re: U Verrá, Virgo Velida
Gostei bastante!!!
Obrigado pela tradução e explicação!!!
:-)
Re: U Verrá, Virgo Velida
Uma vertente das poesias de outros tempos.
Um cuidado na explicaão, ( a trazer á memória as cantigas de amigo).
O lado Medieval em ti sentido.
Gosto deste registo.
Re: U Verrá, Virgo Velida (p/Mefistus)
Mefistus,
É mesmo isso! Uma cantiga de amigo, cantiga do povo, num rudimentar linguajar galaico-português, qualquer coisa entre século XII e XIV, neste último, mais precisamente em 1354, morre o último “padrinho” do trovadorismo.
A cantiga de amigo tem muitas variedades, tais como a bailia ou bailada, a alva, alba ou alvorada, a barcarola ou marinha e a cantiga de romaria.
Falta também (não tive em conta) as singularidades do lirismo da época tais como a construção e estilo das rimas ou estrofes, é um assunto/tema que dá pano para mangas.
Alegrou-me o teu comentário, um abraço.