Os cavalos amarrotam o papel. 2
Os cavalos amarrotam o papel. A menina que anda na catequese fez uns versos, os cavalos comem a insipidêz daqueles versos, versos de uma paisagem tisica e imbecil. A caligrafia daqueles versos é como umas costas vergadas. Imaginemos os bichos a fazer versos, imaginemos que aqueles versos provocam nos tais bichos uma masturbação zoológica. Agora os cavalos olham aquele papel com olhos ausentes. A menina aprende a multiplicar, a ser fértil como é o mandamento da igreja. Aqueles versos, aquelas sardas na cara, a revista tombada nos joelhos e de novo se escuta a pregação. A menina não olha, não ouve, não fala, não sabe quem é, não levanta as asas, não mexe nada e são os cavalos que levantam as palavras para os significados que faltam. Estamos no reino do nada, vamos inventar virgulas para pontuar a inteligência.
Lobo 09
Submited by
Prosas :
- Login to post comments
- 965 reads
other contents of lobo
Topic | Title | Replies | Views | Last Post | Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Aphorism | Os poetas da chuva | 4 | 1.076 | 05/06/2009 - 22:31 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | História esquimó da criação | 1 | 2.190 | 05/06/2009 - 13:10 | Portuguese | |
Poesia/General | Era uma vez um homem que se chamava preguiça | 1 | 1.516 | 04/30/2009 - 18:33 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Anda alguém a desacertar o relógio do mundo | 2 | 1.865 | 04/28/2009 - 17:50 | Portuguese |
Add comment