Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético

NOMINALISMO – do Latim “NOMINALENS de NOMEM” = nome.
Corrente Filosófica que nasceu na Idade Média e que propunha interpretar as “Idéias Gerais” ou “Universais1” como isentas de qualquer existência real, tanto na Mente humana, quanto em forma de um ou mais elementos substanciais, reais. Seriam essas “Idéias Gerais” meros signos (ou símbolos) lingüísticos; isto é, nomes, palavras.

1 – Idéias Gerais ou Universais – os termos que designam uma espécie, uma classe de indivíduos ou de coisas sem entrar nas características individuais de cada um de seus componentes. Exemplos: “Homem”, “Animal”, “Pedra” etc.

O Nominalismo enfrentou vasta oposição durante toda História da Filosofia Medieval, Moderna e Contemporânea. Dentre outros, citaremos os mais importantes Filósofos que fizeram sua defesa:

1. ROSCELINO de COMPIÉGNE (século XI) é tido como o autor do célebre enunciado que proclamava serem os Universais meros “Flatus Vocis”, ou “sons vocais”, palavras, sem nenhuma realidade além dessa. ROSCELINO é considerado o fundador do Nominalismo.
2. Ao final da Idade Média, GUILERME de OCKAM (1300/1349, Inglaterra) foi outro ilustre Pensador que defendeu com ardor o Nominalismo.
3. Os Filósofos Empiristas da Inglaterra, sobretudo HOBBES (1588/1679, Inglaterra) que afirmava que os Universais designam apenas generalizações de características comuns aos objetos e Seres individuais, nada havendo de Realidade nessas generalizações.
4. O filósofo CONDILLAC (1715/1780, França) também defendeu a Doutrina afirmando que “uma Idéia Geral e abstrata em nosso espírito é apenas um nome”. Essa afirmativa repercutiu na Filosofia da Ciência de modo impactante, pois o filósofo considerava que a própria Ciência “era apenas uma linguagem bem feita”. Aliás, com isso antecipou uma tese do Neo-Positivismo*, afirmando que o Convencionalismo* nas teorias cientificas poderia ser considerado um Nominalismo; e esse “Nominalismo Cientifico”, adotado na segunda metade do século XIX, indica que a Ciência não descreve o Mundo com exatidão. Como ele realmente é. Apenas constrói uma teoria coerente sobre o mesmo, mas tal teoria é puramente convencional; ou seja, baseada em convenções ou acordos entre os Homens.

O Nominalismo foi uma das partes litigantes na célebre “Querela dos Universais”, que se constituiu de vários debates sobre a natureza das Idéias Gerais ou Universais. De um lado o Nominalistas afirmava que eram apenas nomes, palavras; do outro, afirmavam que não, que tinham substância e estavam atreladas ou vinculadas às Coisas que significam e, portanto, inseridas na Realidade. Ver Universalismo.

Submited by

Saturday, April 24, 2010 - 04:20

Prosas :

No votes yet

fabiovillela

fabiovillela's picture
Offline
Title: Moderador Poesia
Last seen: 7 years 50 weeks ago
Joined: 05/07/2009
Posts:
Points: 6158

Add comment

Login to post comments

other contents of fabiovillela

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Videos/Poetry As Cidades e as Guerras - A Canção de Saigon 0 12.852 11/20/2014 - 15:05 Portuguese
Videos/Poetry As Cidades e as Guerras - A Canção de Bagdá 0 14.074 11/20/2014 - 15:02 Portuguese
Videos/Poetry As Cidades e as Guerras - A Canção de Sarajevo 0 13.705 11/20/2014 - 14:58 Portuguese
Poesia/Dedicated Negra Graça Poesia 0 1.194 11/20/2014 - 14:54 Portuguese
Prosas/Others Rousseau e o Romantismo - Final - O Contrato Social 0 3.113 11/19/2014 - 21:02 Portuguese
Poesia/Dedicated A Pedra de Luz 0 1.609 11/18/2014 - 15:17 Portuguese
Poesia/Love Chegada 0 1.509 11/16/2014 - 15:33 Portuguese
Prosas/Others Rousseau e o Romantismo - Parte XIX - A Liberdade Civil 0 1.994 11/15/2014 - 22:04 Portuguese
Prosas/Others Rousseau e o Romantismo - Parte XVIII - A teoria da Vontade Geral 0 1.971 11/15/2014 - 22:01 Portuguese
Poesia/Dedicated Partidas 0 1.767 11/14/2014 - 16:13 Portuguese
Prosas/Others Rousseau e o Romantismo - Parte XVII - A transição para a Liberdade Civil 0 2.706 11/14/2014 - 15:06 Portuguese
Poesia/Love Diferenças 0 906 11/13/2014 - 21:25 Portuguese
Prosas/Others Rousseau e o Romantismo - Parte XVI - A Liberdade Natural 0 1.633 11/12/2014 - 14:46 Portuguese
Poesia/Love Tramas 0 1.515 11/11/2014 - 01:47 Portuguese
Poesia/General A mulher que anda nua 0 2.214 11/09/2014 - 16:08 Portuguese
Prosas/Others Rousseau e o Romantismo - Parte XV - Emílio e a pedagogia rousseauniana 0 2.486 11/09/2014 - 15:21 Portuguese
Prosas/Others Rousseau e o Romantismo - Parte XIV - A transição para o Estado de Civilização 0 1.821 11/08/2014 - 15:57 Portuguese
Prosas/Others Rousseau e o Romantismo - Parte XIII - O homem no "Estado de Natureza" 0 1.777 11/06/2014 - 22:00 Portuguese
Prosas/Others Rousseau e o Romantismo - Parte XII - As Artes e as Ciências 0 1.360 11/05/2014 - 19:47 Portuguese
Prosas/Others Rousseau e o Romantismo - Parte XII - A Religião 0 1.654 11/03/2014 - 14:58 Portuguese
Poesia/General Os Finados 0 1.082 11/02/2014 - 15:39 Portuguese
Prosas/Others Rousseau e o Romantismo - Parte XI - O amor e o ódio 0 1.469 11/01/2014 - 15:35 Portuguese
Poesia/General A Canção de Bagdá 0 1.290 10/31/2014 - 15:04 Portuguese
Prosas/Others Rousseau e o Romantismo - Parte X - As grandes linhas do Pensamento rousseauniano 0 1.940 10/30/2014 - 21:13 Portuguese
Prosas/Others Rousseau e o Romantismo - Parte IX - A estada na Inglaterra e a desavença com Hume 0 2.032 10/29/2014 - 14:28 Portuguese