Crítica: Bete Mendes e Ary Fontoura, representando a terceira idade
Crítica: Bete Mendes e Ary Fontoura, representando a terceira idade
Por Larry Redon
Poucas vezes vi a terceira idade ser tão bem representada na TV. Quando a maioria dos autores convida artistas da terceira idade, é para fazer “figuração”. Poucos têm uma função na trama. Mas, ao contrário de outros escritores, Walcyr Carrasco soube aproveitar os talentos de dois artistas veteranos. E o público o aplaudiu. Falo de Bete Mendes e Ary Fontoura, artistas com uma longa história na televisão e que tiveram grande destaque em Caras & Bocas: ela na pele de Piedade, e ele na pele de Jacques. Aliás, ao contrário de Ary Fontoura, Bete Mendes há tempos não havia recebido uma personagem compatível com o seu talento em uma novela. Podemos até dizer que a atriz foi redescoberta nesta novela. E tomara que os produtores deem mais oportunidades para esta grande estrela, que tem uma história não só na teledramaturgia, mas na política nacional.
Bete lutou para recuperar a dignidade dos brasileiros e chegou a ser presa para que pudéssemos ser livres, ter liberdade de expressão. Num momento em que se fala tanto em incluir os negros na TV, é preciso pensar em incluir também os artistas mais velhos. Mas não como se fosse um favor. É preciso reconhecer sua contribuição para a teledramaturgia, bem como sua contribuição para a sociedade. É preciso tratá-los com respeito, mostrando que eles fazem parte de uma sociedade e que já contribuíram muito para a evolução desta. Walcyr Carrasco fez isso e obteve bons frutos, pois todos ganharam com o sucesso da novela. Aliás, foi uma trama em que todos tiveram história e não passaram despercebidos. Lutemos pela inclusão da terceira idade na teledramaturgia.
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