Poesias Inéditas - Deixei de ser aquele que esperava

Deixei de ser aquele que esperava

Deixei de ser aquele que esperava,
Isto é, deixei de ser quem nunca fui...
Entre onda e onda a onda não se cava,
E tudo, em ser conjunto, dura e flui.

A seta treme, pois que, na ampla aljava,
O presente ao futuro cria e inclui.
Se os mares erguem sua fúria brava
É que a futura paz seu rastro obstrui.

Tudo depende do que não existe.
Por isso meu ser mudo se converte
Na própria semelhança, austero e triste.

Nada me explica. Nada me pertence.
E sobre tudo a lua alheia verte
A luz que tudo dissipa e nada vence.

Fonte: http://www.secrel.com.br/jpoesia/fpesso.html

Submited by

Friday, September 25, 2009 - 15:27

Poesia Consagrada :

No votes yet

FernandoPessoa

FernandoPessoa's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 14 years 23 weeks ago
Joined: 12/29/2008
Posts:
Points: 745

Add comment

Login to post comments

other contents of FernandoPessoa

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Sonhei, confuso, e o sono foi disperso 0 897 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Sossega, coração! Não desesperes! 0 1.380 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Sou o Espírito da treva 0 1.180 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Tenho esperança? Não tenho. 0 1.071 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Tenho pena até... nem sei. . . 0 804 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Todas as cousas que há neste mundo 0 1.146 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Uma maior solidão 0 918 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - ...Vaga História 0 1.081 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - O céu de todos os invernos 0 839 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - O meu coração quebrou-se 0 1.860 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - O ruído vário da rua 0 724 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - O som do relógio 0 1.033 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Outros terão 0 555 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Parece às vezes que desperto 0 1.116 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Parece que estou sossegando 0 1.122 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Pela rua já serena 0 1.216 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Paira no ambíguo destinar-se 0 995 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Dói viver, nada sou que valha ser. 0 1.160 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Doura o dia. Silente, o vento dura 0 1.005 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Análogo começo 0 751 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Por quem foi que me trocaram 0 2.941 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Qual é a tarde por achar 0 2.042 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Lá fora onde árvores são 0 839 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Leve no cimo das ervas 0 1.056 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Mais triste do que o que acontece 0 1.039 11/19/2010 - 16:55 Portuguese