Cancioneiro - Foi um momento
Foi um momento
Foi um momento
O em que pousaste
Sobre o meu braço,
Num movimento
Mais de cansaço
Que pensamento,
A tua mão
E a retiraste.
Senti ou não?
Não sei. Mas lembro
E sinto ainda
Qualquer memória
Fixa e corpórea
Onde pousaste
A mão que teve
Qualquer sentido
Incompreendido.
Mas tão de leve!...
Tudo isto é nada,
Mas numa estrada
Como é a vida
Há muita coisa
Incompreendida...
Sei eu se quando
A tua mão
Senti pousando
‘Sobre o meu braço,
E um pouco, um pouco,
No coração,
Não houve um ritmo
Novo no espaço?
Como se tu,
Sem o querer,
Em mim tocasses
Para dizer
Qualquer mistério,
Súbito e etéreo,
Que nem soubesses
Que tinha ser.
Assim a brisa
Nos ramos diz
Sem o saber
Uma imprecisa
Coisa feliz.
Fonte: http:// www.ciberfil.hpg.ig.com.br
Submited by
Thursday, October 1, 2009 - 17:22
Poesia Consagrada :
- Login to post comments
- 695 reads
other contents of FernandoPessoa
Topic | Title | Replies | Views | Last Post | Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Em toda a noite o sono não veio | 0 | 844 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Deixo ao cego e ao surdo | 0 | 587 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Depois que o som da terra, que é não tê-lo | 0 | 947 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Depois que todos foram | 0 | 963 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Desfaze a mala feita pra a partida ! | 0 | 571 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Desperto sempre antes que raie o dia | 0 | 1.063 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Deus não tem unidade | 0 | 956 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Deve chamar-se tristeza | 0 | 646 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Do fundo do fim do mundo | 0 | 826 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Dói-me no coração | 0 | 709 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Dói-me quem sou. E em meio da emoção | 0 | 1.578 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Do meio da rua | 0 | 773 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Dorme, criança, dorme | 0 | 813 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Dormir! Não Ter desejos nem 'speranças | 0 | 1.065 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Do seu longínquo reino cor-de-rosa | 0 | 872 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Cheguei à janela | 0 | 907 | 11/19/2010 - 16:54 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Chove. Que fiz eu da vida ? | 0 | 672 | 11/19/2010 - 16:54 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Clareia cinzenta a noite de chuva | 0 | 1.159 | 11/19/2010 - 16:54 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Começa, no ar da antemanhã | 0 | 669 | 11/19/2010 - 16:54 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Como às vezes num dia azul e manso | 0 | 453 | 11/19/2010 - 16:54 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Como é por dentro outra pessoa | 0 | 778 | 11/19/2010 - 16:54 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Como nuvens pelo céu | 0 | 882 | 11/19/2010 - 16:54 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Como um vento na floresta | 0 | 944 | 11/19/2010 - 16:54 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Criança, era outro... | 0 | 655 | 11/19/2010 - 16:54 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - De aqui a pouco acaba o dia | 0 | 813 | 11/19/2010 - 16:54 | Portuguese |
Add comment