Cancioneiro - Tenho Tanto Sentimento
Tenho Tanto Sentimento
Tenho tanto sentimento
Que é freqüente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.
Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.
Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.
Fonte: http:// www.ciberfil.hpg.ig.com.br
Submited by
Tuesday, October 6, 2009 - 16:50
Poesia Consagrada :
- Login to post comments
- 2793 reads
Add comment
Login to post comments
other contents of FernandoPessoa
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Enfia a agulha | 0 | 1.405 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Entre o luar e o arvoredo | 0 | 1.159 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Entre o sossego e o arvoredo | 0 | 1.217 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Epitáfio Desconhecido | 0 | 955 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Era isso mesmo | 0 | 1.053 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Eram Varões Todos | 0 | 1.141 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - É um campo verde e vasto | 0 | 1.289 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Eu | 0 | 843 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Eu amo tudo o que foi | 0 | 1.011 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Eu me resigno. Há no alto da montanha | 0 | 1.198 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Eu tenho idéias e razões | 0 | 1.527 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Exígua lâmpada tranqüila | 0 | 808 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Falhei. Os astros seguem seu caminho | 0 | 908 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Doze signos do céu o Sol percorre | 0 | 1.783 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Durmo, cheio de nada, e amanhã | 0 | 845 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Durmo. Regresso ou espero? | 0 | 1.184 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - E a extensa e vária natureza é triste | 0 | 925 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - É boa ! Se fossem malmequeres ! | 0 | 1.196 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - O Louco | 0 | 1.023 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Eh, como outrora era outra a que eu não tinha ! | 0 | 779 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - É Inda Quente | 0 | 907 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - E ou jazigo haja | 0 | 896 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - É uma brisa leve | 0 | 1.028 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - E, ó vento vago | 0 | 647 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Em outro mundo, onde a vontade é lei | 0 | 1.134 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese |
Comments
Tenho Tanto Sentimento
É, de inegável maneira arte, a poesia,
Só por isso existo e esta alma que pensa,
Inconsciente que está sonhando, suave
O sonho, claro qu’é “vida-sentido-único”,
Só porqu’isso existe e são meus braços e
Cansaços, sonho sem sentir aquele sonhar
Perfeito que se pode afirmar ser maior arte
Ou apenas consumo de mercearia, detergente,
Mercadoria “a-metro”, falo p’los cotovelos,
Ensinei-os a mentir com sentimento qb.
No entanto não canso de prometer a mim
Mesmo um fio de cabelo com o pensar d’prata
Numa ponta, assim oval quanto o imenso
Universo, que é a esperança de ser tud’isso,
Só pra isso existo tod’eu, suposto Rei-Sol,
Deposto quando a serenidade da manhã
Acaba e se torna relento de fim-de-tarde,
Que sentido esta’arte de ser o tempo todo
Eu e não ser minha a fé, que a outros sabe
Tanto a sucesso e o meu falar implora
Essa inigualável maneira e forma d’arte.
Joel Matos (07/2017)
http://joel-matos.blogspot.com