Cancioneiro - Teus olhos entristecem
Teus olhos entristecem.
Teus olhos entristecem
Nem ouves o que digo.
Dormem, sonham esquecem...
Não me ouves, e prossigo.
Digo o que já, de triste,
Te disse tanta vez...
Creio que nunca o ouviste
De tão tua que és.
Olhas-me de repente
De um distante impreciso
Com um olhar ausente.
Começas um sorriso.
Continuo a falar.
Continuas ouvindo
O que estás a pensar,
Já quase não sorrindo.
Até que neste ocioso
Sumir da tarde fútil,
Se esfolha silencioso
O teu sorriso inútil.
Fonte: http:// www.ciberfil.hpg.ig.com.br
Submited by
Tuesday, October 6, 2009 - 16:53
Poesia Consagrada :
- Login to post comments
- 1929 reads
Add comment
Login to post comments
other contents of FernandoPessoa
Topic | Title | Replies | Views | Last Post | Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Às vezes entre a tormenta | 0 | 657 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Atravessa esta paisagem o meu sonho | 0 | 905 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Autopsicografia | 0 | 790 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - (?) Azul ou verde ou roxo | 0 | 730 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Baladas de uma outra terra | 0 | 931 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Bate a luz no cimo... | 0 | 693 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Brilha uma Voz na Noute ... | 0 | 836 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Canção | 0 | 613 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Vendaval | 0 | 444 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Vou com um passo como de ir parar | 0 | 679 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Abat-Jour | 0 | 1.030 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Abdicação | 0 | 518 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Abismo | 0 | 671 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - A Grande Esfinge do Egito | 0 | 612 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - A minha vida é um barco abandonado | 0 | 583 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - A morte chega cedo | 0 | 1.125 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Andei léguas de sombra | 0 | 409 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - A alcova | 0 | 875 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Ao longe, ao luar | 0 | 739 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Quanta mais alma ande no amplo informe | 0 | 1.321 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Que suave é o ar! Como parece | 0 | 624 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Relógio, morre | 0 | 832 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Se alguém bater um dia à tua porta | 0 | 628 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Se tudo o que há é mentira | 0 | 819 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Sim, tudo é certo logo que o não seja | 0 | 1.259 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese |
Comments
Longa é a noite em mim,
Longa é a noite em mim,
Os Lugares afiguram-se-me
E eu perdido na noite escura,
-Coisas do sem-fim-
Triste é acordar,
A noite dentro d’ mim,
Saberei eu acordar,
Da noite em que sinto
O princípio de tudo, o infinito,
Noite de máscaras, caretos,
Noite irreal, estranha,
Como eu , o mundo.
Longa é a noite em mim,
Em minha roda,
A alma dança, uma dança
Sem fim.
Garça negra que passa, mansa,
No luar do sentir,
No lugar do explicar,
No silencio, sem falar…
Não sei explicar se durmo,
Ou a noite dorme em mim,
Durmo um certo sono, em tudo
Igual à noite que dorme,
E dorme em mim, calma.
Conduz-me coração,
P’lo cosmos e em orbita,
Sem forma e sem volta,
Triste é acordar a noite,
Dentro de mim,
Se tudo quanto sou,
A ela devo, à lua o outro lado.
Longa é a noite em mim…
Jorge Santos (10/2014)
http://joel-matos.blogspot.com