Cancioneiro - Teus olhos entristecem
Teus olhos entristecem.
Teus olhos entristecem
Nem ouves o que digo.
Dormem, sonham esquecem...
Não me ouves, e prossigo.
Digo o que já, de triste,
Te disse tanta vez...
Creio que nunca o ouviste
De tão tua que és.
Olhas-me de repente
De um distante impreciso
Com um olhar ausente.
Começas um sorriso.
Continuo a falar.
Continuas ouvindo
O que estás a pensar,
Já quase não sorrindo.
Até que neste ocioso
Sumir da tarde fútil,
Se esfolha silencioso
O teu sorriso inútil.
Fonte: http:// www.ciberfil.hpg.ig.com.br
Submited by
Tuesday, October 6, 2009 - 16:53
Poesia Consagrada :
- Login to post comments
- 1930 reads
Add comment
Login to post comments
other contents of FernandoPessoa
Topic | Title | Replies | Views | Last Post | Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/General | Lycanthropy | 3 | 1.761 | 03/15/2018 - 09:46 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Em plena vida e violência | 2 | 1.715 | 03/15/2018 - 09:45 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - O que me dói não é | 2 | 1.620 | 03/15/2018 - 09:44 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Isto | 1 | 2.344 | 02/27/2018 - 13:56 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Intervalo | 1 | 2.099 | 02/27/2018 - 13:54 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro | 1 | 2.172 | 02/27/2018 - 13:53 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Vaga, no azul amplo solta | 1 | 1.858 | 02/27/2018 - 13:52 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Teus olhos entristecem | 1 | 1.928 | 02/27/2018 - 13:36 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Tenho Tanto Sentimento | 1 | 2.286 | 02/27/2018 - 13:32 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/Aphorism | Cancioneiro - Sorriso audível das folhas | 1 | 3.554 | 02/27/2018 - 13:29 | Portuguese | |
Fotos/Profile | fernando pessoa | 0 | 2.974 | 11/24/2010 - 00:36 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Tomamos a Vila depois de um Intenso Bombardeamento | 0 | 1.595 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Ilumina-se a Igreja por Dentro da Chuva | 0 | 2.075 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Liberdade | 0 | 2.033 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Não digas nada! | 0 | 2.519 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Não: não digas nada! | 0 | 1.869 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - O Andaime | 0 | 1.857 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - O Maestro Sacode a Batuta | 0 | 1.713 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Pobre velha música! | 0 | 2.699 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Põe-me as mãos nos ombros... | 0 | 2.331 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Sonho. Não sei quem sou. | 0 | 1.777 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Gomes Leal | 0 | 2.104 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Grandes mistérios habitam | 0 | 1.974 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Glosa | 0 | 2.576 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Cancioneiro - Esqueço-me das horas transviadas | 0 | 1.850 | 11/19/2010 - 16:55 | Portuguese |
Comments
Longa é a noite em mim,
Longa é a noite em mim,
Os Lugares afiguram-se-me
E eu perdido na noite escura,
-Coisas do sem-fim-
Triste é acordar,
A noite dentro d’ mim,
Saberei eu acordar,
Da noite em que sinto
O princípio de tudo, o infinito,
Noite de máscaras, caretos,
Noite irreal, estranha,
Como eu , o mundo.
Longa é a noite em mim,
Em minha roda,
A alma dança, uma dança
Sem fim.
Garça negra que passa, mansa,
No luar do sentir,
No lugar do explicar,
No silencio, sem falar…
Não sei explicar se durmo,
Ou a noite dorme em mim,
Durmo um certo sono, em tudo
Igual à noite que dorme,
E dorme em mim, calma.
Conduz-me coração,
P’lo cosmos e em orbita,
Sem forma e sem volta,
Triste é acordar a noite,
Dentro de mim,
Se tudo quanto sou,
A ela devo, à lua o outro lado.
Longa é a noite em mim…
Jorge Santos (10/2014)
http://joel-matos.blogspot.com