405

DESESPERO
Em paroxismo de dor, à beira do abismo,
Pranteio inerte o desidério vil, solerte,
Que entre augúrios, quer legítimos quer espúrios,
Dúvida crua crava meu peito como grua.

Em sintonia com a alma o corpo que agonia
Roga por paz a um Deus que há muito nada faz.
Em um espasmo cardíaco, qual um orgasmo,
Meu ser soluça e sobre o nada se debruça.

Miro o vazio, como fuga, e me extasio.
Escuto e vejo as vagas, clamando de ensejo,
Qual rude sina que a esperança assassina.

Mas a esperança já é morta desde que, criança,
Soubera ter toda vilania, sem poder
Optar sofrido ter vivido ou morrido.

Belo Horizonte, 19 de maio de 1995.
Gravado pelo autor em junho de 2008.
http://pathayde.multiply.com/

Submited by

Wednesday, November 24, 2010 - 22:55

Videos :

No votes yet

pathayde

pathayde's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 11 years 37 weeks ago
Joined: 07/19/2009
Posts:
Points: 21

Add comment

Login to post comments

other contents of pathayde

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Anúncios/Miscellaneous - Offers Keimelion - revisão de textos 0 751 08/17/2011 - 13:36 Portuguese
Videos/Profile 408 0 358 11/24/2010 - 22:56 Portuguese
Videos/Profile 407 0 317 11/24/2010 - 22:56 Portuguese
Videos/Profile 406 0 323 11/24/2010 - 22:56 Portuguese
Videos/Profile 405 0 341 11/24/2010 - 22:55 Portuguese
Fotos/Profile Públio Athayde 0 436 11/24/2010 - 00:39 Portuguese
Videos/Poetry O moinho de pimenta 0 450 11/19/2010 - 23:20 Portuguese