Três Horas
Três horas e minuto e meio.
Perdi o sono, algum floreio
e o Poema não veio.
Sei-me saudoso de alguém,
mas não sei de quem.
Seria bom, talvez,
um horoscopo chinês,
alguma sensatez
e alguém que ouvisse
meu rosário de tolice.
Fumo outro cigarro
nesse tempo bizarro.
A roda da noite parece emperrada,
pois a ausência de tudo e de nada
é só o que recheia essa madrugada.
O ponteiro inerte
apenas reflete
o verso sumido
e o Canto desaparecido.
E ainda são três, no relógio espremido.
O costumeiro Dienpax
não me trouxe a "romana pax".
Tento um escrito notório,
Mas só consigo a mesmice de Cartório.
Combate inglório
do pseudo poeta finório.
As três da matina,
nada se aproxima.
Quero subornar o sono,
mas outrem já se lhe diz o dono.
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Comments
ausência de tudo e de nada
Perdi o sono e o receio
e o Poema não veio.
Entretanto ele aqui chega repleto de poesia!!!
:-)
Por vezes temos noites assim
Por vezes temos noites assim em que tentamos subornar o nosso próprio sono ....
Ai está um poema realista ,gostei bastante !!!!
Beijos
Susan