Silêncio

Silêncio é o que faço todos os dias…é o segredo que tenho , pois das coisas da alma não falo a ninguém.
Por mais verdadeiras que sejam sou minhas e apenas minhas, porque nascem em mim.
Queria ser capaz de dizê-las, mas não me é permitido.
Queria ser capaz de gritá-las mas assim quebraria o silêncio.
E será que devia, dizê-las ou expô-las?
Será que não se intelectualizavam de mais?
Na alma fala-se com a voz do coração, e essa não se pode traduzir em palavras, nem mesmo em nada, é simplesmente para ser sentida.
Todos os dias ela me invade, me possui, e sem crer , sinto o que não quero…
Agora sim, estou a falar abertamente, mas não estou a ser verdadeira convosco, pois o que aqui faço é apenas uma intelectualização do sentir e quem sabe do pensar.
Faço breves minutos de silêncio, pois só assim consigo sentir e consciencializar-me disso.
Levo uma vida cheia de sentimentos, mas ao mesmo tempo escondo-me deles, são demasiado fortes para uma pessoa só…
Sou forte, e aguento-os mas por vezes não tenho só um mas, um turbilhão deles a sufocar-me cá dentro.
Cada sentimento é um mundo a explorar, por isso, habitam dentro de mim vários mundos, e eu viajo por todos eles e de todos eles retiro parte da sua cultura. Cada sentimento com as suas complexidades, com as suas riquezas e cada ser humano com a sua predisposição para assumi-los e para viver equilibradamente com todos eles.
Até as lágrimas que derramo, pertencem ao mundo complexo dos sentimentos, imaginário da alma.
Tudo gira á volta dos sentimentos, que são nada mais que o silêncio da alma para o exterior.