Os Encalhados
PaLavras a tua terra
Com esperança de que nela brotem
As frases que sempre quiseste ouvir.
As que semeaste
Em forma de pensamento
Ou de sonho acordado.
Trazes no teu desejo-regador
A água
Que fará nascer o rebento.
E regas
Regas
À espera do momento.
E continuas a regar
A regar
Até te encontrares
Num lamaçal
Onde nada poderá brotar.
Criaste um curral
E continuas a regar
Negando aquilo que não queres ver.
E chegam os porcos
E em porco te tornas.
E rebolas na porcaria
Perdendo a noção do tempo.
É confortável
Ser-se miserável .
Talvez por ser mais fácil.
Quando tudo que tinhas que ter feito
Era procurar outro lugar.
Outro solo.
Outro regar.
Calhou-te o encalhar
E ao calhas encalhaste.
Submited by
Sunday, April 24, 2011 - 12:32
Poesia :
- Login to post comments
- 4436 reads
Add comment
Login to post comments
other contents of Outro
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Ministério da Poesia/General | Saudades Uterinas* | 0 | 1.286 | 02/21/2011 - 14:14 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | XR2044 | 0 | 1.349 | 02/21/2011 - 13:36 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Torradas do Pão que o Diabo Amassa | 0 | 1.201 | 02/21/2011 - 13:34 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Sopa de Queixumes | 0 | 975 | 02/21/2011 - 13:32 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Solidão | 0 | 1.117 | 02/21/2011 - 13:31 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Sentidos Apurados | 0 | 1.300 | 02/21/2011 - 13:30 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Saldos da Vida | 0 | 1.051 | 02/21/2011 - 13:27 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Realações Descartáveis | 0 | 940 | 02/21/2011 - 13:26 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Prompt Etaminal | 0 | 1.238 | 02/21/2011 - 13:25 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Poesia Neurocirurgica | 0 | 786 | 02/21/2011 - 13:23 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Poema Solúvel | 0 | 820 | 02/21/2011 - 13:22 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Perdas Derrotas e Amputações | 0 | 1.255 | 02/21/2011 - 13:21 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | P de Tudo | 0 | 680 | 02/21/2011 - 13:18 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | O Sistema | 0 | 1.039 | 02/21/2011 - 13:17 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | O Meu Naufragio | 0 | 851 | 02/21/2011 - 13:13 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | O Empréstimo | 0 | 755 | 02/21/2011 - 13:12 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | O Ciclo | 0 | 886 | 02/21/2011 - 13:11 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Mulher | 0 | 942 | 02/21/2011 - 13:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Modas Literarias | 0 | 1.258 | 02/21/2011 - 13:06 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Mnemonica | 0 | 988 | 02/21/2011 - 13:04 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Mnemonica | 0 | 778 | 02/21/2011 - 13:03 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Metada do que Sou | 0 | 742 | 02/21/2011 - 13:02 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Meno Zero | 0 | 738 | 02/21/2011 - 13:00 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Materializar | 0 | 891 | 02/21/2011 - 12:59 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Mãe | 0 | 813 | 02/21/2011 - 12:56 | Portuguese |
Comments
Creio que para muitos tudo
Creio que para muitos tudo calha e encalham ...as vezes por que é confortável;tipo o nada ouço nada vejo e nada digo. regam com o desejo-regador(adorei essa parte) e acabam num lamaçal onde nada mais irá brotar,bela construção.abraços
meyre
Os Encalhados
Para já Obrigado pelo teu comentário Meyre! Um comentário desde que não seja destrutivo é sempre um cafuné.
Quanto ao conforto da miserabilidade é real. O "pseudo-coitado" ou pseudo-miseravel ( poque eu não acredito em coitadismos e acredito que todos somos capazes de tudo ( Paulo Coelhices à parte ) sem querer ferir susceptibilidades porque "gostos não se discutem"), tem sempre argumentos para tudo escondendo-se atrás do escudo da sua pseudomiserabilidade e coitadismo.
Mais uma vez obrigado!
Bjs
A água de beber está
A água de beber está turva
já não ´sacia a sede ...
E neste caminho curto não faz a curva ,
está feito possa em mina ....
Um escrita instigante como sempre !!!
Muito bom te ler , já tinha saudade aparece mais vezes
Beijos
Susan
Os Encalhados
Obrigado Susanita! També m tenho saudades tuas.