A casa da montanha

Há muitos anos lá está ela;
No alto da montanha;
Aquela casa velha!

Ouviam-se vozes e um vaivém;
Mas na verdade sabíamos;
Que na casa da montanha;
Não havia ninguém!

Aquela casa velha;
Que antes tinha até capela!
Hoje vive na escuridão;
Apenas com uma vela!

Mas se ninguém habita aquele lar;
Que a todos vem a apavorar!
Quem acende a vela ao anoitecer?
Quem está aquele casarão a percorrer?

Numa noite fria;
Não pude conter minha curiosidade;
Indo em direção aquela montanha;
Com minha ingenuidade!

Foi quando avistei;
A mulher dos longos cabelos;
Que para mim fazia seu apelo!
Sozinha no alto daquele morro;
Aquela mulher me pedia socorro!

Sem nada a temer;
Não hesitei em subir!
Cuja minha intenção era descobrir;
Quem era a estranha;
Que habitava a casa da montanha!

Aqui não há relógio;
Muito menos calendário!
E o tempo vai passando;
Neste lar tão solitário!

As portas não se abrem;
Pois também não há chaves!
Estou destinado a viver nesta amargura;
E para completar minha loucura;
Nas portas deste lar;
Não existem fechaduras!

As luzes não se acendem;
Onde as paredes aqui me prendem!
Vivo numa eterna solidão;
Neste lar de escuridão!
Apenas a ilusão me acompanha;
Aqui na casa da montanha!

O mais triste agora;
Não é o que aqui eu perco ou ganho!
É que eternamente;
Eu serei o estranho!

Já não sei há quanto tempo;
Estou neste lugar!
Pois aqui quem entra;
Jamais sairá!

Conheço todos os segredos e mistérios;
Que guarda este lar!
Onde jamais a alguém poderei contar!

Pois eternamente viverei esta façanha;
Preso em meus pensamentos;
Habitando a casa da montanha!